domingo, 23 de maio de 2010

The Mobster and the Monster

Acho que já tava na hora de falar um pouco sobre animação japonesa aqui né? Uma das coisas que eu tenho a dizer sobre o assunto é a cerca dessa nova geração de otakus. Durante as férias, eu fui no SANA Fest em fortaleza e... Puta que Paril! Maior concentração de emo que eu já vi na minha vida. Fala sério, a maioria desses otakus de hoje em dia me irrita tanto quanto os emos e a galera que eu chamava de poser no meu tempo de true black metal 666 from hell. Acho que a nova geração de animes também não contribui muito pra melhora desse cenário... de cada 10 animes novos que eu assisto, apenas 1 me agrada. Antigamente eu assistia cada coisa bacana, que hoje em dia já pode até ser considerado clássico. Hoje em dia é só porra de naruto, de bleach... e uma geração de pivete sem noção adoradora desses animes, que é o que dá mais raiva. Porra, eu me pergunto se quando eu era pivete eu era assim! Acho que minha geração pokémon foi bem melhor que essa atual!
Ok, o intuito do tópico não é necessariamente criticar os animes atuais. Eu resolvi que deveria falar sobre algum anime mas não sabia qual, até que eu lembrei desse anime não muito conhecido e muito bom: Gungrave.

Pra geração Katekyo Hitman Reborn, eis aqui um excelente anime sobre Máfia. A Máfia na ficção é fascinante. Expressa-se através de relações de confiança entre membros de uma mesma família e extrema desconfiança quanto às outras famílias mafiosas. Geralmente existe a guerra com as autoridades, a guerra entre as famílias da máfia e a guerra interna, dentro da família, banhada de traições e sangue. =O
Gungrave é mais uma dessas histórias, porém com umas experiências científicas e uns monstrinhos. O anime começa mostrando uma menina perseguida por monstros. Eis que surge um cara chamado Brandon Heat e mata esses monstros. A menina, Mika Asagi, estava justamente procurando por Brandon Heat, mas o cientista que estava com Brandon explica que o ser que matou esses monstros não é mais Brandon Heat, ele é agora Beyond the Grave.
No segundo capítulo, mostra como tudo começou. Brandon era um daqueles caras quietos, mas muito forte, que geralmente mostra todo seu potencial quando está embrabecido. Era o melhor amigo de Harry MacDowell. Ambos eram parte de uma pequena gangue até mexerem com o cara errado e os dois acabarem sendo os únicos sobreviventes. Harry, seguindo seu sonho de 'ser livre' decide entrar no poderoso sindicato do crime, Millenion. Como é difícil conceituar liberdade, mas para Harry ela consiste em um primeiro momento em "Ter o que eu quiser e dar o quanto eu quiser". Mais tarde é: "Eu tomo o que quero eu dou o que quero por vontade própria". Brandon, para proteger o melhor amigo, entra com ele. O resultado é que Brandon acaba se tornando um dos melhores assassinos do sinditato e Harry um excelente negociador. Os dois conseguem subir muito no sindicato, chegando ao ponto de Brandon tornar-se um dos braços direitos de Big Daddy, o Poderoso Chefão do sindicato.
 Big Daddy, Maria. Embaixo Brandon e Harry, antes de entrarem no sindicato.

O negócio de Brandon no sindicato era proteger a todos. Brandon desejava proteger Big Daddy, desejava proteger Harry e desejava proteger Maria, o amor da sua vida. O lance pra proteger Maria era tão sério que pra ele era melhor que ela permanecesse ao lado de Big Daddy do que dele. Também dedicava-se a cumprir a Lei de Ferro do sindicato: aquele que trair, deverá ser morto. Já o lance de Harry era crescer, crescer, crescer, chegar ao topo... aos poucos foi ficando obsecado com a idéia de ser livre que começa a fazer com que ele passe por cima de todos que ficarem em seu caminho sem dó. Até mesmo Brandon... Brandon teve uma morte bem, hum.. amistosa? Mafiosa? Ele e Harry resolvem deixar um pouco de lado o trabalho e passeiam pela cidade em um dia ensolarado. Um céu azul. Nuvens brilhantes. Eles visitam o túmulo de seus amigos de gangue antes de entrarem na Millenion. O orfanato em que viveram quando eram criança. Quando Harry revela seu plano de matar Big Daddy pois este é um empecilho para que eles cresçam, Brandon saca sua arma, para cumprir a Lei de Ferro, porém hesita em matar o amigo. O mesmo não pode ser dito de Harry que dispara várias vezes contra Brandon, sem dó, e com um sorriso psicopata no rosto.
Acontece que antes disso, Harry estava investindo em um projeto secreto. Ele consistia em utilizar gente morta para criar uns monstrengos chamados necro-rise. Dessa forma, Harry teria seu próprio exército, muito mais forte que o de seus inimigos. Um dos cientistas que trabalhava nesse projeto reviveu Brandon, mas não como um monstro qualquer e sim como Beyond the Grave. A perícia com armas ultrapassou a morte e Brandon pôde retornar muito mais poderoso para proteger os que amava. Porém o seu "uso" é limitado. Beyond the Grave teve que se manter adormecido por um bom tempo. Nesse tempo, Harry mata Big Daddy e decide acabar com tudo que ele tocou, ou seja, Maria e a sua filha com Big Daddy, Mika Asagi. Então o anime chega no ponto em que começou, 13 anos depois, quando Mika procura por Brandon para protegê-la.
O interessante é que esse resumo rápido que eu fiz acontece em uns 15 capítulos. A subida na organização, os sentimentos dos personagens, é tudo muito bem analisado e explorado antes de chegar na hora da porrada com o despertar de Brandon. Eu também tenho uma certa preferência por animes curtos, de 26 (como gungrave) ou 13 capítulos. Acredito que nesses animes dá pra fazer histórias com início, meio e fim muito mais interessantes que com os animes de várias longas sagas... Voltando a Gungrave, quando Beyond the Grave é despertado, 13 anos depois da sua morte, ele tá com uma roupa super estilosa, duas armas poderosas (Cerberus, capazes de matar os orcmen, os monstros de harry) e carrega uma espécie de sarcófago com mais armas. Suas memórias estão embaralhadas e vagas. Harry já é o homem mais poderoso e influente da cidade. Chega a aparecer em revistas com títulos tipo 'o homem do ano' mas é conhecido no submundo como Bloody Harry. Seus necro-rise agora são orcmen, muito mais poderosos. Com a volta de Brandon ocorre o embate dele contra toda a organização Millenion não como vingança, algo mais para limpar a bagunça. Um a um, grave vai acabando com os membros mais importantes da organização até chegar no Boss, Harry.

 Harry e os quatro notáveis

Se você gosta de anime, gosta de máfia ou de monstros, eu realmente recomendo esse anime. A coisa mais legal de histórias de máfia é a dualidade entre o criminoso cruel e o sentimento de família envolvido entre os membros da máfia e Gungrave explora muito bem esse universo. Agora se quiser ver uma boa história baseada em fatos reais sobre máfia, eu já recomendo este filme aqui:

American Gangster (O Gangster aqui no Brasil) conta a história de um negro que conseguiu ser o maior traficante de drogas do seu tempo e de um policial (na verdade um grupo de policiais não corruptos) que está investigando-o. O negro, que agora nem lembro o nome, acaba chamando a atenção desse policial quando ele percebe que esse cara está assistindo a uma luta de boxe de uma posição melhor que a dos outros chefes da máfia. O filme mostra como ele começa e cresce rapidamente dentro do mundo do crime, assim como ele ama sua esposa e família. Uma das frases mais marcantes do filme é algo tipo assim que o policial diz pro gangster: "Eles não vão lhe ajudar. Sabe porquê? Porque você representa o progresso." Preconceito :o
Se você tiver bastante interessado em Gungrave, é bom saber que o anime na verdade surgiu de um jogo para playstation 2:
Assim como esse anime, não é um daqueles jogos superpopulares que todo mundo comenta, mas deve ser muito bom! Se alguém conseguir pra mim eu agradeço =D

Gente, o post demorou pra sair porque eu resolvi assistir ao anime pra lembrar de alguns detalhes e acabou que ao invés de escrever, eu ficava assistindo XD
Na hora de capturar as imagens também acontecia a mesma coisa...
Mas eu espero que tenha ficado bom
Abraços a todos!! o/

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tear down the wall!!


O Pink Floyd é uma das bandas mais fascinantes que já escutei e uma das mais influentes na história do rock. Originou-se sob a liderança do guitarrista Sid Barret, porém este não tinha mais condições de continuar na banda devido ao intensivo uso de drogas que contribuiu muito com o desenvolvimento de sua doença mental. David Gilmour substituiu Sid nas guitarras e gradualmente Roger Waters, o baixista, foi tomando a frente da banda. Nessa fase aconteceu a explosão do Pink Floyd com o disco Dark Side of the Moon. Daí em diante foi uma sucessão de primeiros lugares com o lançamento dos novos álbuns. Há muita coisa para se falar sobre Pink Floyd, porém vou resumir essa postagem há um dos seus discos mais famosos:
O The Wall é um álbum conceitual, disco duplo, lançado em 1979. Fala sobre Pink, um rockstar ficcional que criou uma espécie de muro em sua consciência para afastá-lo das pessoas a seu redor. Pink contém um pouco de Sid Barret, e muito de Roger Waters. A idéia para o álbum veio de um show do Pink Floyd, durante a turnê do álbum Animals, em que a banda tocava em um estádio, Roger viu um fã pirando na frente do palco, acabando por cuspir no coitado. Arrependido do que fez, Waters teve impressão de que havia um muro entre ele e os fãs do Pink Floyd que curtiam o show. Assim, teve a idéia para o álbum The Wall, em que cada música representaria um dos tijolos do muro que construímos em nossa volta. Emprestou muito de seu passado para o personagem Pink, como a mãe super-protetora, o pai que morreu na guerra, os professores da escola que o reprimiam... Por exemplo, a música Another Brick in the Wall – part 2, uma das mais famosas do grupo, trata da infância de Pink na escola, a repreensão pelos professores... A coisa fica tão brava para Pink que este, já como um grande rockstar, num momento de alucinação devido ao uso de drogas, acredita que é um ditador fascista e seus fãs são uma grande legião de seguidores fascistas. Tudo termina com um julgamento interno na cabeça de Pink, em que sua mãe, sua esposa, seu professor, aparecem para testemunhar contra ele. Roger, o grande mentor de The Wall não pretendia limitar a história ao disco duplo, o que fez com que surgisse isso aqui:
The Wall, o filme, também conta a história de Pink, porém agora com belas imagens. O Filme de 1982 é um misto de cenas com atores reais e animação. Pink está em um quarto de hotel, um cigarro aceso, um filme de guerra passando na tv... Ele vai se lembrando de cada um dos tijolos do seu muro, tudo de forma não linear. Sem diálogos, tudo contado pela música do Pink Floyd. Eu costumo dizer que esse filme é na verdade o videoclip de um álbum inteiro. Os fãs deliciam-se a cada imagem, a cada música tocada. É impossível não pirar ao ouvir a introdução de Comfortably Numb! Em Another Brick in the Wall, os alunos da escola vão alienadamente em direção a um moedor de carne para serem moídas. A imagem daquela escola, dos alunos, me lembra muito a droga do moderno a escola em que estudei a vida toda. Em Run Like Hell, os fãs de Pink têm direito até a uma coreografia estilo nazista. Finalmente tudo culmina com uma fodástica animação em The Trial, o julgamento que mais parece um circo dos horrores. Por falar em animação, aqui vão algumas imagens do filme:

 As flores representam Pink e sua esposa

Pink como ditador, reparem que ele arrancou as sombrancelhas

Os martelos representam os seguidores de Pink marchando

A mãe de Pink abraçando-o

O Juiz dando a setença de Pink

Não parou por aí. O acontecimento histórico da queda do Muro de Berlim trouxe abaixo os escombros que se tornaram palco de um show também histórico:

Já separado do Pink Floyd, Waters tocou todas as músicas do The Wall, com orquestra e diversos convidados. Uma pena que ainda não tive oportunidade de assistir esse DVD e nunca terei a de voltar no tempo e assistir ao show... mas pelo menos poderei assistir ao próximo projeto, que é o de transformar o The Wall em um musical da broadway! Foda né? =D


Agradecimentos ao meu amigo Giovani que fez o banner do blog pra mim, valeu véi! =D
Abraços a todos!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Filosofando!

Na escola, durante o ensino médio e fundamental, nunca tive uma aula decente de filosofia. Alguns professores nem deviam saber o que diabos era filosofia e falavam sobre outras coisas, outros, deviam ter algum conhecimento mas chegavam apenas a comentar sobre o mito da caverna e a vida de sócrates, nada que acrescentasse algo para nossas vidas. Já na faculdade as coisas ficaram um pouco diferentes... tendo um professor de filosofia realmente decente me dando aula, essa foi logo a matéria pelo qual eu me apaixonei. Adorava ler os textos que muita gente ali não conseguia entender =D Como se tratava de Filosofia e Filosofia Jurídica, o professor não tinha muito domínio da segunda parte, então às vezes eu tinha impressão de que tinha entendido melhor alguns textos que o próprio professor xD
O lance interessante da filosofia é que ela consiste em questionar as coisas, as verdades, até mesmo a própria realidade. Ao exercitarmos esses questionamentos, nos tornamos pessoas mais críticas, capazes de enxergar mais além e de encontrar mais soluções para os problemas. Filosofia (como todos já devem ter ouvido na primeira aula de filosofia que tiveram na escola) significa "Amor ao saber", ou seja, o filósofo busca o conhecimento, a verdade, por mais que alguns não acreditem que existe verdade absoluta, tentarão chegar o mais próximo possível dela. Acredito que filosofia é a chave para se alcançar o conhecimento em qualquer outra ciência, já que filosofar trata-se puramente do ato de pensar. Durantes os estudos de filosofia foram criados muitos conceitos de uso em outras ciências como o conceito de tese, antí-tese e síntese e o conceito de gênero e espécie para classificar as coisas.
Bem, como eu não quero ficar doido estudei filosofia somente durante a duração da matéria na faculdade, mas foi tempo suficiente para que eu comprasse, lêsse e me apaixonasse por aquele que veio a ser meu livro preferido ever, O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.

Era uma leitura recomendada, mas não cobrada na faculdade. A dona da livraria onde comprei (uma velhinha muito simpática) até perguntou se eu comprei o livro porque gostava ou se estava sendo obrigado a comprá-lo XD Nesse livro, Sofia (qualquer coincidência com sophos = saber de filosofia não é mera coincidência) é uma menina normal que começa a receber cartas de um remetente anônimo. As cartas são ensinamentos sobre filosofia, desde sua origem no pré-socrático até a filosofia moderna. Dessa forma, o livro conta tanto a história de Sofia, quanto a história da filosofia. Foi a maneira mais gostosa possível em que eu já aprendi alguma coisa. Aos poucos os mistérios do livro são revelados e Sofia descobre a inconveniente verdade sobre sua vida. =O Após ler isso, eu parei pra refletir também, se não há uma força maior por aí e seríamos todos meros fantoches. Dá pra gente refletir muito sobre o que é real, o que é irreal, o que são nossas vidas, livre-arbítrio... cara eu fiquei meio doido lendo esse livro, mas pelo menos ele cumpriu a proposta, que é a de nos fazer filosofar.
Uma pena que hoje em dia tenhamos tão pouco tempo para pensar. Estudo e trabalho tomam todo nosso tempo, e, quando temos algum tempo livre, procuramos sempre alguma justa diversão para exaurir nossos problemas e o estresse do dia-a-dia. De fato, a filosofia ocidental, como a conhecemos, só surgiu porque os filósofos gregos passavam o tempo, literalmente, fazendo porra nenhuma, já que quem fazia todo o trabalho eram os escravos. Assim, tiveram mais tempo para pensar, logo para filosofar e deu nisso tudo aí...
Eu tenho dedicado uma parte do meu tempo livre pra escrever nesse blog, e enquanto penso sobre o que escrever aqui, acabo filosofando também.. mas a melhor parte é ouvir os elogios do pessoal =D valeu galera por estarem curtindo!
Arrumei a seção de comentários pra não precisar mais de conta pra comentar, então todo mundo já pode comentar o/

Por hoje é só, abraços!