sexta-feira, 27 de julho de 2012

Discutir política? Eu não!



Em ano de eleição nós vemos manifestações políticas de todo lado. Gente defendendo um candidato, gente defendendo outro candidato, gente defendendo o voto nulo, gente se matando nas redes sociais... Tem de tudo! No facebook iniciaram uma campanha, a qual eu aderi, em que as pessoas pedem gentilmente que os outros usuários do facebook não postem propaganda eleitoral. Em resposta os defensores da liberdade de expressão, de opinião e de políticos babacas começaram veicular coisas do tipo “Se você não gosta de política, não pode reclamar do futuro do país.”

Uma que me chamou a atenção era algo do tipo “Temos que debater política para construir uma sociedade melhor”. Foda-se, não lembro o que tava escrito. Mas eu fiquei refletindo um pouco sobre essa afirmação principalmente sobre a palavra “debate”, se é que ela estava na frase. Eu sou um grande fã do debate. Adoro discussões de alto nível com pessoas inteligentes utilizando-se de bons argumentos para convencer outras pessoas do seu ponto de vista, convergindo, ou não, no final, todas as idéias em um consenso. Mas cara, vocês já viram duas discussões mais inúteis que religião e política? Sério, nunca vi uma conversa sobre política ou religião chegar a lugar algum! No final os dois lados pensam que venceram a conversa, que têm melhores argumentos e que o outro lado é um idiota.

Falando especificamente sobre política agora. De fato, a política na democracia e na república não pode existir sem o debate de idéias. Mas que idéias são essas? Um é socialista, outro é capitalista. Um acredita que o governo deve intervir na economia, outros defendem liberdade ao mercado. Alguns são conservadores, outros liberais. Na verdade, meus amigos, a política é muito mais complexa que essas simples dicotomias utilizadas como exemplo. A verdade, a cruel verdade, é que você, meu amigo, não entende de política.

Você não entende, o seu vizinho não entende, a sua família não entende, os seus amigos revolucionários não entendem e eu também não entendo. A gente pensa que sabe as coisas, mas não sabe. A gente pensa que sabe qual foi o melhor governo, mas na verdade não sabe.
Por exemplo, um leigo pode chegar e dizer que o governo X foi melhor que o Y e que a mudança é evidente pois a economia melhorou, os pobres deixaram de ser pobres, foram construídas casas e etc. E outro leigo pode vir e dizer que essas políticas são boas a curto prazo mas a médio e longo prazo serão ruins. O fato é que nenhum de nós sabe se a razão está com a primeira pessoa ou com a segunda.

Para se discutir política decentemente, com bons argumentos, a pessoa tem que ter lido Sócrates, Platão, Aristóteles, John Locke, Tomas Hobbes, Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Karl Marx, Max Weber, e etc., etc., etc. Fora que tem que entender o que é economia, o que é o mercado, a sociedade de consumo, analisar as principais estratégias do mercado das outras nações... enfim, essa é a base pra você poder levantar bons argumentos pra sustentar alguma tese que defenda determinado político.

Mas o que a gente vê na prática é: “Fulano fez isso.”, “Fulano fez aquilo”. “Fulano fez obras que melhoraram a cidade.” “Fulano se aproveitou das obras do governo anterior.” Dessa forma, pro mesmo fato, a interpretação de um defensor de um político será diferente da do defensor do outro político. Porém, com os argumentos pífios que estamos acostumados a ver nesses “debates políticos”, se você estiver indeciso, vai continuar indeciso ou será convencido por qualquer coisinha como a inauguração de uma praça porque, assim como os interessados não têm base pra discutir, o entendedor não tem base para entender.

Não culpo ninguém que não goste de discutir política. O brasileiro não foi preparado para discutir política, ou melhor, fomos condicionados a não discutir política. Não entendemos nada sobre ideologia política, sobre políticas sociais. Falamos aquilo que experimentamos na prática, mas, até isso, na hora de debater, não conseguimos, pois não desenvolvemos um raciocínio lógico, coerente e bem fundamentado. Assim a gente se perde no senso comum (que é bem verdade, na minha opinião) de que todo político é corrupto, nenhum político cumpre promessas e que são todos farinha do mesmo saco. Nós conseguimos aceitar essas “praticamente verdades universais” facilmente, mas não estamos preparados pra ENTENDER qual foi o melhor governo ou quem é o melhor político.

Assim, o resumo de um debate político é: um defensor burro de um político discute com o defensor burro de outro político e ambos tentam convencer uma parcela burra de eleitores indecisos que acabam votando em um ou outro por coisas banais como a criação de uma escola ou um buraco tapado na rua. Eu duvido que algum dos meus mais de 500 amigos no facebook consegue fazer uma discussão política além dessa que citei aqui. E eu sou uma dessas pessoas burras. Julgo ter revelado a “verdade” pra vocês nessa postagem mas nem eu sei o que estou falando aqui. Meu próximo voto burro muito provavelmente irá ser fruto do raciocínio idiota aqui apresentado.

O voto mais sincero que existe, é aquele por interesse. Não, não to falando do interesse em ganhar um cargo. Eu falo do interesse no sentido da representação. "Vou votar em fulano porque ele representa a classe empresarial." "Vou votar em cicrano porque ele representa a classe dos professores ." Eu posso citar o nosso querido Camilinho como exemplo. Que o governador é ruim, isso não é difícil de enxergar. Um governador incapaz de negociar com os grevistas a ponto de deixar a educação, setor fundamental do Estado, um caos, só pode ser um governador ruim pra caralho. Isso é fato. Porém, nesses dois anos de governo Capi, ops, Camilo, eu tive oportunidade de assistir Angra e Dr. Sin, que foram trazidos pra cá pelo Governo do Estado. Ainda, reza a lenda de que a banda larga finalmente chegará ao Estado esse ano. Dessa forma, eu só posso concluir que o governador é rockeiro e joga World of Warcraft e Diablo 3, ou seja, alguém que está disposto a atender os interesses da minha classe. Não estou lançando meu apoio para a reeleição do Camilinho, mas até que essas políticas de cultura e infra-estrutura dele já valem meu voto, olha... xD

Deu pra entender? Se o debate antes já era inútil, imagina agora que temos pelo menos um interesse em jogo, por exemplo, o interesse daqueles que querem Internet de qualidade e o dos que acreditam que já existe banda larga no Amapá (matéria de jornal que li na eleição passada haha).

Concluindo, o que eu quero dizer é que, se eu não gosto de discutir política, não venha encher meu saco com as idéias idiotas do seu candidato babaca. Porque você não sabe o que ele está falando, eu não sei o que ele está falando e o próprio candidato não faz a mínima idéia de quais são seus planos para o mandato (talvez se fizessem, cumpririam alguma promessa). Ou seja, enquanto não formos inteligente o suficiente pra isso, debater política continuará sendo uma perda de tempo. Será uma discussão que mudará de rumo ao mero escândalo de corrupção ou então ao vazamento da opinião de um político que a maconha deve ser legalizada.

Então se você vier encher meu saco, dizendo que eu devo falar sobre política para construir uma sociedade melhor ou que o candidato que eu votei não era um bom candidato, desde já, vá se foder.

Se você ainda não entendeu qual é a vibe da parada sugiro que leia a letra dessa música, que não é do Kazuza, nem do Renato Russo:


Desconheço quem tenha razão
Acho perda de tempo qualquer
Discussão
Em defesa daquilo que o serve
Muito se fala,pouco se escreve
Há quem saiba o que ninguém mais sabe
E quem veja o que ninguém mais vê
Quem leva a sério o quê?
Quem quer saber de quê?
Quem pode me dizer
Como exatamente todo mundo deveria
Ser
Coerência na persuasão
Pré-estabelecida está a conclusão
Se eu falar sobre o que não entendem
Poucos escutam,muitos se ofendem
A verdade é que não há verdade
Tudo é porque não há não ser.

Quem leva a sério o que? - Matanza

Leiam, comentem, xinguem, divirtam-se.

domingo, 29 de abril de 2012

Relatos de São Luís

Essa história não tem um final feliz como teve a última postagem sobre uma viagem que fiz, que você pode conferir clicando aqui.





O Metal Open Air não foi nada daquilo que acreditamos que seria quando compramos o ingresso. Isso é fato. Mas também não foi uma porcaria completa pois, se existe uma coisa que é capaz de transformar qualquer momento de merda em algo especial, são os amigos e o Heavy Metal. Vamos por parte.

Dia 1
O pouco que dormi nesse dia foi justamente o trajeto do avião entre Macapá e Belém e, mais tarde, Belém e São Luís. Tanto no aeroporto de Belém quanto no de Macapá era fácil olhar pras pessoas e reconhecer quem ia para o evento. Cabelão, camisas pretas com logotipos de bandas e albuns. Era bem o clima que se esperava a véspera do MOA. No aeroporto de Belém me juntei ao Charles e ao Danilo e fomos para São Luís.
A começar pelo aeroporto em reforma, eu achei São Luís a cara de qualquer coisa que tenha o nome de Sarney envolvido. Fomos passear pela cidade para encontrar o Shopping com posto de venda de ingressos para comprar o ingresso Danilo. Fomos para um Shopping, lá descobrimos que o ponto de venda ficava em outro Shopping. Uma segurança ensinou a gente a pegar ônibus pra lá. No ônibus a cobradora disse que nenhum ônibus que passava naquela parada ia para o Shopping que a gente queria. Pegamos um Táxi. O taxista confirmou o que a cobradora disse. Chegamos no Shopping, e lá vimos o maldito ônibus que a gente tinha pego passar bem na frente. MAS QUE PORRA!
Compramos o ingresso, e lá o Charles descobriu que existia algo chamado e-ticket que ele precisava imprimir pra trocar o ingresso no dia u.u. Aí foi a missão para encontrar uma lan-house. Entramos num bairro fodido atrás da maldita lan-house, pedindo informação pra todos, indo de um lado pro outro, dando voltas e etc. até a gente finalmente conseguir encontrar uma lan-house. Sabe aquelas lan-houses bem fedorentas? Pois é. Acessando o e-mail, o Charles descobriu que nunca sequer foi enviado o e-mail com o link para imprimir o e-ticket. No site da ticket brasil que redirecionava para compras relativas ao MOA, dizia que o cadastro dele nem existia! Foi tenso. Passamos a tarde tentando resolver essa bronca. Voltamos para o Hotel (uma boa oportunidade pra tirar um cochilo dentro do ônibus) e chegamos a conclusão de que a gente ia ter que chegar bem cedo no local do MOA pra resolver esse problema.
A noite, o Charles encontrou alguns restaurantes através do Google Maps perto do hotel (que ficava no centro histórico de São Luís) pra gente ir jantar. Eu já tinha sido alertado de que o centro histórico era um lugar perigoso, mas os restaurantes ficavam tão pertinhos que parecia que não ia dar merda.
Puta que pariu. Nunca vi tanto mendigo na minha vida. Aquela porra às 19:00 era completamente deserta. Lembro muito bem de um mendigo chapadão que ficou no meio da rua. Fez um gesto pra parar um carro que vinha na rua, olhou pra gente e disse "passa, passa!", expulsando a gente do lugar. A passos rápidos, a gente descobriu que não tinha um maldito restaurante aonde o Google Maps indicou. Cada vez mais cheios de mendigo e de gente esquisita por lá, a gente viu um táxi estacionado na rua e fomos até ele. Eu só disse "Leva a gente em algum lugar pra comer!"
O taxista levou a gente pro reviver, um lugar no centro histórico com bares, lojas de artesanato (pra comprar aquelas lembrancinhas), um monte de barraquinha vendendo lembrancinhas, hippies e outras coisas. Como era de se esperar, o lugar tava cheio de metaleiros que vieram para o MOA. A primeira coisa que eu quis, ao chegar lá, foi tomar uma cerveja, depois da tensão que foi andar entre os mendigos. No final das contas, a gente tomou umas brejas e jantou numa barraca chamada Rei do Bijú (tapioca como é conhecido por aqui). Aliás, recomendo, muito boas as tapiocas recheadas! Depois disso, a gente foi dormir para o longo dia que seria o primeiro do MOA.

Dia 2
Nós três comemos quase um bolo inteiro que tinha no café da manhã da pousada. A meta era comer muito no café pra não ficar com fome cedo no festival. Lá chegando, fizemos amizade logo na fila. Não demorou muito a Even também chegou. No final das contas o Charles sem problemas conseguiu retirar o ingresso dele lá. Ou melhor, a aquela pulseirinha ridícula que deram pra gente. A bagunça já começou aí, parecia pulseira de 'camarote' de festas do gênero lixo que a gente tá acostumado por aqui. Foi lá também que eu descobri que o Venom e o Saxon, as Headliners do último dia do festival, tinham cancelado os seus shows. Se pra mim parecia ruim, pior foi pro tio que teve que pedir demissão do emprego pra vim pra São Luís só pra ver o Venom! A gente tava comentando lá sobre o quanto ele devia tá arrependido. Eu por um lado penso que o chefe dele devia ser um merda. Pô, o cara tinha um cargo de confiança, devia trabalhar a sei lá quantos anos, não dava pra dar uma folga em um final de semana para um evento tão especial quanto deveria ter sido o MOA?
Ok. Entramos no parque. Vimos o palco. De longe parecia lindo. De perto, vimos que nem as drogas das baterias tinham sido montadas. Como chegamos a conclusão de que o negócio ia demorar pra caralho pra começar a rolar, decidimos ir atrás de comida. O cara da churrascaria que tinha lá disse que ia funcionar só após as 2 horas da tarde -.- O jeito foi comer um misto escroto de 5 reais, preparado por uma tia que pegava no dinheiro e coçava o cabelo com a luva. Também fizemos um estoque de biscoito que foi o que nos permitiu permanecer vivos nesse primeiro dia de festival.
O calor de São Luís era horrível. Se não tomasse a cerveja em 5 minutos, ela já esquentava. Lembro que faltava queimar meus lábios com o alumínio quente toda vez que botava uma latinha na boca.
Passaram horas, encontramos gente de Macapá, vimos algumas personalidades bizarras por lá e, finalmente, com 5 horas de atraso, o festival começou com um show muito irado da Exciter. Logo após, veio a banda israelita (israelense, sei lá) Orphaned Land. O vocalista tava vestido de Jesus, cantava "nananana", um heavy metal misturado com músicas árabes e insistia dizendo"I'm not Jesus Christ." Particularmente eu achei irada a banda! Depois teve o Almah com o Edu Falaschi dizendo que "problemas eram normais" e " wacken e o rock in rio começaram assim". De fato, até aquele momento, parecia que ia dá tudo certo, apesar dos cancelamentos e contratempos. Em seguida, teve um show fera do Anvil, banda que não conhecia até o momento. Depois teve Shaman, com a nova formação. Foi muito bacana cantar Fairy Tale e For Tomorrow. O Thiago Bianchi pode não ser o Andre Matos mas até que se garantiu cantando.
Aí veio o show do Destruction. Imaginem uma banda com esse nome entrando no palco com um barulho de motosserra. O show foi muito foda, eu entrei no mosh junto com o Giovani, sobrevivi, balancei muita cabeça e curti muito. Pra foder com tudo, logo em seguida veio o Exodus com um showzaço também. Mas uma vez balançar cabeça e curtir, mas não tive coragem de entrar nas rodas. Nesse ponto do festival eu percebi o quanto estava destruído. Após, o Symphony X entrou no palco, mas eu vi bem pouco do show deles, pois tinha finalmente ido almoçar, não faço ideia de que horas era aquela, mas devia ser por volta das 00:00. Me disseram que aquela comida era ruim, mas pra mim foi uma das melhores coisas que eu já tinha comido. Definitivamente eu tava fodido. Deu pra ver o final do show do Symphony X que parecia estar muito fera. Finalmente começou o show mais esperado da noite, o Megadeth. Uma merda. Som péssimo, Dave Mustaine cheio de frescurinha. Eu já tava dormindo em pé. Foi quando a gente decidiu sair do palco e procurar um canto pra sentar lá pra trás. Acabou que a gente terminou de assistir o show em um telão.
A volta pra casa foi triste. Nenhum táxi parava pra gente naquela merda. A gente tinha que dar um jeito de andar mais depressa que os outros grupos de pessoa pra ter mais chance de encontrar um táxi vazio lá na frente. Quando encontramos, o motorista era definitivamente o cara mais maluco que eu já conheci na vida. Velocidade normal era 100 km por hora. O carro devia ter o fundo e a suspensão de titânio, bem como sinais vermelhos não significavam nada pra ele. No outro dia, conversando com uns caras que conheci lá, eles relataram que pegaram um táxi semelhante!
Chegando no hotel, a meta era dormir até meio dia do dia seguinte.

Dia 3
Após o almoço, fomos atrás de ônibus pra ir pro festival. Mais uma vez a gente se perdeu por lá.  Enfim, chegando no terminal certo, encontramos uns caras que também iam pro MOA e eram de São Luís, ou seja, eles não se perderiam. No terminal eu também conheci um cara que vi de longe no primeiro dia do festival e apelidei de "Jack Sparow Black Metal". O cara parecia o Jack Sparrow, mas com um sobretudo negro em pleno calor miserável de São Luís! O cara era até gente boa e fomos trocando umas ideias no caminho. Chegando no MOA, já deu pra ver que o negócio tava bagunçado de novo. Nem me revistaram quando entrei, o cara só conferiu se a pulseira tava no pulso. Quase não deixam a Even entrar pois o símbolo "MOA" na pulseira dela tava quase sumindo. Chegando no palco, vi que tinha um monte de gente lá encima. Perguntei o que era para uns caras que estavam por lá, e me explicaram que o pessoal do som tava levando o equipamento embora, pois não tinham sido pagos! É RIR PRA NÃO CHORAR VELHO! XD Mas tinham feito um acordo lá e o festival ia continuar "normalmente". Nisso, já tinha gente dizendo por lá que grave digger e blind guardian tinham cancelado seus shows, as duas bandas que eu queria ver. Outros diziam que o Blind tinha voltado atrás e na internet eu não encontrei nada falando sobre o cancelamento do Digger. 
Então, todo mundo pintou a cara estilo William Walace para assistir o show do Digger. Fomos pra frente do palco e às 6 horas, começaram os shows com a banda Ácido. Thrash Metal de qualidade, eles levantaram a galera presente. Em seguida, veio o Dark Avenger. Se o vocalista tivesse ficado na dele, teria sido tudo tranquilo, mas o cara foi querer defender os organizadores do festival... Enfim, um lance curioso desse show foi quando ele disse que iria tocar uma música chamada "Rebellion" na mesma hora, eu, o charles e mais uma galera começamos a cantar o clássico de mesmo nome do Grave Digger, pra dar aquela trollada básica. Após o show do Avenger, vieram dizer pra gente que o Blind e o Digger tinham cancelado, e que tinha saído no G1! Eu não quis acreditar, apesar de todos os indícios, mas confirmei olhando a internet no celular. Realmente, tinham cancelado. Saiu todo mundo puto e desolado da frente do palco. Nessa hora a gente foi tomar uma cerveja de consolo, e fomos "marchar contra uma pizza." Começou o Show do Legion of The Danmed, mas a gente nem foi ver, tava todo mundo arrasado. Após esse Show, era pra ter U.D.O. segundo o que eu tinha lido, então a gente resolveu que iríamos pelo menos assistir os caras, de longe. Parecia que ainda não tinha caído a ficha de que todo aquele evento tinha dado errado e que não assistiríamos as bandas que tanto queríamos ver. Andando um pouco por lá, aproveitamos pra invadir a área vip (sim, negócio tava bagunçado mesmo) e concluir que realmente não tinha bosta nenhuma de interessante por lá. Saindo de lá, descobrimos que ia ter show do Korzus e resolvemos assistir, de bem perto do palco já que o ambiente por lá tava bem vazio.
Puta que pariu. Não tenho palavras pra descrever o que foi aquele show. Quando os caras entraram começou uma roda do caralho perto da gente. Parece que toda raiva do festival estava sendo exasperada naquele mosh pit. Eu lutei muito pra não ser levado, mas acabou que me empurraram pra roda. Eu pensei "Já to na merda mesmo" e fui pirar lá com a galera. Dei a volta no mosh todinho e, quando tava pra sair e voltar pro lugar onde eu tava com o pessoal, eu não dei conta de sair e tive que dar outra volta completa naquilo enquanto a galera se acabava por lá. Finalmente voltei pro meu lugar. Então o Marcelo Pompeu fez um protesto épico no palco. Nunca senti tanto orgulho de ser quem eu sou e do tipo de música que eu escuto quando ouvi o que ele disse. De fato, nós os bangers somos uma nação. Mais do que tudo, somos civilizados, o que ficou provado no evento pois não houve quebra-quebra mesmo com toda a raiva do público. Vale ressaltar que aquele lugar ficou cheio de policia e ambulâncias, esperando que rolasse confusão, mas os caras não tiveram trabalho nenhum! Os únicos relatos de violência que eu ouvi falar foram porque pessoas invadiram o local, devido a segurança precária. Ali, ficou claro que a empolgação da galera em todos esses dias foram em respeito às bandas que subiram no palco. Ninguém estava satisfeito com o evento, mas quando alguém subia no palco e tocava Heavy Metal para o público, o público respondia com respeito, balançando a cabeça, cantando, gritando, fazendo as rodinhas e o "chifrinho"com as mãos. Isso é Heavy Metal. Infelizmente a imprensa e a maioria das pessoas não sabem qual é o sentimento que existe entre os fãs e os seus ídolos. Pensam que é tudo violência, tudo do diabo...
O korzus fez o show completo, tocou mais de duas horas, bem mais tempo do que o que eles deveriam ter tocado no festival. Teve a Wall of Death, que eu não tive coragem de participar, mas subi numa grade lá pra ver tudo de um ângulo foda. Balancei a cabeça, bebi, curti. Cantei o hino nacional junto com todos os presentes. Invoquei uma água, na hora que eu disse "porra, tudo que eu queria agora era tomar uma água", um dos membros da banda jogou uma garrafa de água pra platéia que caiu certinho no colo do Rodrigo. Por fim o korzus terminou a noite com chave de ouro tocando raining blood do Slayer. Fomos todos pra casa obviamente decepcionados com o festival, mas não totalmente desanimados por causa do show que nos fez ter orgulho de ser banger, de ser guerreiros do metal!

Dia 4
A gente realmente nem quis saber se ia ter ou não o terceiro dia do MOA. Era dia de ir pra praia e aproveitar a cidade. Acabou que nem fomos pra praia. XD Fui assistir fúria de titãs 2, só pra dormir. Na internet, eu vi que o MOA tinha sido definitivamente cancelado, inclusive com uma foto muito engraçada de um banger levando as mãos a cabeça enquanto via o palco ser desmontado. A gente resolveu salvar o que tinha da viagem indo novamente pro reviver, tomar uma cerveja por lá.
Como era de se esperar, o lugar tava cheio de bangers. Gente vestida de preto e de cabelão. Tinha um bar que tava tocando Metallica alto pra caralho. Lá chegando, vimos que o som era proveniente de uma Juke Box! Aí tinha uma galera bebendo, outras pessoas balançando a cabeça enquanto tocava One na Juke Box. Olhando pra cara das pessoas, eu vi que o sentimento não era de raiva ou revolta, desprezo ou decepção. Obviamente que tava todo mundo puto. Mas parecia que estava todo mundo de luto. Como se um grande amigo de anos tivesse ido embora e estivessem todos solidários, conversando sobre ele e tomando uma cerveja em sua homenagem.
Saindo do bar do Metallica, fiquei sabendo que tinha um bar lá por perto que só tocava metal. Fomos descobrir qual era. Ô lugarzinho trash. Imaginem o liverpool. Agora tirem todas as mesas e cadeiras. Pronto. Era mais ou menos assim o local. Devia ter no máximo umas 3 mesas quando a gente chegou e tava tudo ocupado. O jeito era ficar em pé, jogando sinuca e ouvindo metal em um DVD que tava tocando lá. Acho que foi um lugar bem digno pra se terminar a viagem pra São Luís. Fiz amigos novamente por lá e a gente se divertiu da maneira que pôde.

Depois de tudo, só restava voltar pra Macapá no dia seguinte, arrasado mas não derrotado.
O festival não foi uma merda completa, tudo que teve de bom, foi realmente muito bom. As bandas que subiram deram um espetáculo (fora o Megadeth que foi ruinzinho). As amizades que fizemos lá não têm preço, sem dúvida a melhor coisa do festival. Também a própria experiência de estar num festival valeu a pena. O lance de sobreviver a base de biscoito, almoçar lá pra meia noite, ter que utilizar banheiro químico (que é bem menos tenso do que eu pensava que era)... É trash, mas são histórias pra contar.



Claro que ninguém teria se dado o trabalho de sair da sua cidade só pra se foder lá em São Luís e depois ficar achando graça de tudo. O que nos resta agora é continuar o exemplo de civilidade que não resultou em quebra-quebra durante o festival e cobrar os nossos direitos na justiça. Afinal de contas, fomos humilhados e enganados, vítimas do descaso. Temos que reagir pra que palhaçadas como essa não se repitam e o público do Heavy Metal seja tratado com mais respeito, nem que isso signifique a falência das produtoras responsáveis pelo fiasco que foi o evento. Essa é a hora de nos unir e mostrar que o público do Heavy Metal não é palhaço e merece respeito! Vamos marchar contra toda essa corja demonstrando toda nossa indignação, ainda que nenhum centavo retorne a nossos bolsos, mas vamos acabar com esses produtores malditos e manchar para sempre o nome deles!

HAIL AND KILL MY BROTHERS!! \,,/

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

... Defenderei até a morte o seu direito de fazer piada - ainda que seja sem graça

"...eu comeria ela e o bebê"


Não é de hoje que as pessoas criticam e processam o Rafinha Bastos por causa das "piadas de mau gosto" dele. Não vou entrar no mérito da piada (se é engraçada ou não), mas sim falar um pouco sobre o tipo de humor do Rafinha Bastos, o que pra muitos é de mau-gosto ou ofensivo.
Eu sou um grande fã de humor-negro e posso passar horas vendo tirinhas na internet e piadinhas sobre negros, pobres, crianças com fome e etc.
Já do Rafinha eu não sou tão fã assim (até dei unfollow nele no twitter porque estava achando muito sem graça) porém eu me sinto obrigado a defender o tipo de humor que ele faz (como se fosse mudar algo no mundo).
As piadas feitas pelo Rafinha Bastos são um tipo de humor que já está a muito consagrado lá no Estados Unidos. A coisa é zoação total, pegam pesado mesmo e até as próprias "vítimas" do humor chegam a participar dos programas de humor de forma totalmente auto-depreciativa, mas, convenhamos, engraçada. O Rafinha a muito tenta implantar esse tipo de humor americano aqui, o que começou a dar certo com a atual cena de stand-up comedys que surgiu no Brasil. A muito tempo também que ele faz piadas "de mau gosto", inclusive na internet. A diferença é que agora, na TV, ele tem muito mais visibilidade. Assim a coisa acaba ganhando proporções muito maiores. E quem não "entende" a piada, ou melhor, o conteúdo humorístico do que foi dito, acaba fazendo um monte de críticas e transformando o humorista em um monstro, ainda mais em uma mídia sensacionalista filha da puta igual a nossa.
Claro que a Wanessa Camargo tem direito de ficar puta com o Rafinha. Puta brincadeira infeliz de mau gosto, concordo. Mas aí, processar em 100 mil reais? Caralho! O cara fez só UMA PIADA! A PORRA DE UMA PIADA! Muito ruim, MAS APENAS UMA PIADA! Sinceramente, na frase do Rafinha Bastos eu consegui vislumbrar somente uma brincadeira infeliz, tosca e de mau gosto, mas nada de dano à imagem, à honra, nada de difamação, calúnia, injúria, de depreciação a profissão dela, de chamar ela de feia, nada! Não chegou sequer a ferir a intimidade dela já que a gravidez dela é PÚBLICA! Só uma brincadeira de mau-gosto! Se ele tivesse dito "É uma puta escrota que vive engravidando e ainda canta mal" até dava pra entender!
Vamos olhar as coisas por outro ângulo. Eu e meus amigos somos péssimos. Péssimos mesmo. A gente vive falando mal um dos outros (pela frente mesmo) e depreciando uns aos outros. Eu vivo dizendo que o Cainã é judeu, o Rafael Taboga é um gordo escroto (agora ex-gordo né), que o Thales é preto e gordo (ex-gordo também, mas uma vez preto, sempre preto), que o Klinger é gay porque escuta Restart e etc. Assim como também a galera vive me zuando. E é claro que eu fico puto quando alguém diz "QUATRO E MEIA EU VOU LEVAR A MINHA MALETA" ou quando me chamam de Seu Donizildo. Mas depois a gente acaba levando numa boa, até por que estamos entre amigos.
Quando você é uma celebridade, sua exposição é muito maior, querendo ou não. Assim, pra tudo tem que ser dado as devidas proporções. O cara dizer em rede nacional que comeria a Wanessa Camargo é o mínimo que ela poderia esperar de um comediante já que ela é uma famosa gostosa (eu acho que é gostosa, ou pelo menos deveria ser gostosa, nunca mais vi a cara dessa mulher) com visbilidade nacional. Claro que é um comentário que pode soar ofensivo. Mas pera lá! O cara é comediante, o trabalho dele é contar aquela piada (a mesma que você conta quando está entre amigos) para o grande público, para todo mundo. Não que, por ser comediante, ele tenha liberdade pra falar qualquer merda. Mas esse tipo de brincadeira (ainda que de mau gosto, repito) já deveria ser previsível na vida de uma celebridade e deveria ser bem ponderada na hora de se utilizar dela para mover uma ação judicial. Sério, até que alguém me convença do contrário, eu não consigo ver tamanha gravidade nas palavras do Rafinha Bastos. Até que me convençam do contrário, eu vou continuar achando que estão confundindo mau gosto com ofensa.
Repudiar uma brincadeira dessas é negar a própria natureza do povo brasileiro, que é um povo MUITO ZOADOR, mas que vive escondido atrás de uma máscara de hipocrisia e falsa moralidade.
A única diferença entre o Rafinha Bastos, eu, você e os demais conteúdos humorísticos publicados diariamente na internet é a visibilidade que ele tem.


Agora, se a Wanessa Camargo não gostou da piada, ela tem todo direito de processar ele, afinal o acesso à justiça é garantia fundamental prevista na Constituição e blábláblá (e acho até que ela vai ganhar, do jeito que nossos juízes são malucos). Foda é o povo se doer pela seguinte frase dele:
"... Se eu também morasse em Macapá iria querer me matar"
Aí o povo macapaense começou a se doer por causa da afirmação acima. Ah mano, dá um tempo! Vocês nunca chamaram gaúcho de viado não? Nunca chamaram Bahiano de preguiçoso? Flamenguista de bandido? Nunca perguntaram pra alguém de manaus como é morar em uma aldeia? Nunca disseram que em Brasília só tem bandido? O brasileiro (inclusive o amapaense) faz piada com todo tipo de estereótipo. Aí quando é com a gente, não pode? "Ah, mas esses são comuns, já tão acostumados com as piadas." HIPOCRISIA DO CARALHO ¬¬ Convenhamos: 1) em um estado que não tem Banda Larga, fica isolado do resto do Brasil, o único acesso é pelo ar ou pela água, não vai pra frente, fora os demais problemas, a vontade que o sujeito tem mesmo é de se matar! 2) quem fica putinho com o Rafinha Bastos falar mal de Macapá é provavelmente um desocupado que não tem o que fazer (perdoem o pleonasmo), aí fica falando mal de humorista. Aliás, gente desocupada é o que mais tem nesse estado, motivo pelo qual ele não vai pra frente mesmo.


Enfim, essa cultura hipócrita e moralmente falsa do brasileiro só reforça aquilo que eu penso sobre o povo do meu país. É um povo mal educado e hipócrita. Tão mal educado, que, como eu vivo dizendo, a gente tem que ter lei pra tudo aqui. Agora estamos virando a porra do país do processo, nos moldes dos Estados Unidos. Só é uma pena nós não termos aqui um instituto tão poderoso quanto a primeira emenda, que os americanos têm. Liberdade de pensamento nos limites da lei? Isso não existe no Brasil. Não com o medo que temos aqui de fazer piada com as coisas. Aliás, já to até vendo as pessoas virem me crucificar por causa desse post. Mas foda-se, eu sou um fudido mesmo, não sou o Rafinha Bastos, ninguém vai querer me processar.
Por fim, se acabássemos com o véu da hipocrisia nesse país, começassemos a aceitar o humor como HUMOR MESMO, não como ofensa, este seria o caminho para a construção de uma sociedade mais crítica e inteligente. Sério, não há crítica melhor que aquela expressada através do humor. Até mesmo quando o objetivo do humor não seja fazer crítica, seja apenas falar merda mesmo. Se você não é capaz de reconhecer que a nossa cidade tem diversos problemas quando alguém diz que "iria querer se matar se morasse em Macapá" você é capaz de falar mal (o que é diferente de criticar) de um humorista mas é incapaz de fazer algo construtivo pela sua cidade.


Morte ao falso moralismo!


Por fim, resta só uma coisa a se dizer: se você não gosta do humor exagerado, escroto e de mau gosto do Rafinha Bastos, vai assistir Zorra Total então. Problema resolvido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O caçador das sombras

Olá! Ainda tá todo mundo em "ritmo de Angra"? Pra quem não sabe, a uns dias atrás nós tivemos um show da banda brasileira de Power Metal (ou Heavy Metal Melódico ou então vá se foder quem tem mania de ficar rotulando bandas) Angra aqui em Macapá. Ok, é uma banda brasileira, mas com reconhecimento internacional, então nada mais impressionante que uma banda deste porte vim tocar na minha cidade escrota. Mas veio. E foi foda. E após o show eu lembrei de algo curioso: uma vez eu traduzi para um amigo a 'histórinha' que vem no album conceitual "Temple of Shadows" do Angra para um amigo meu, que iria apresentar um monólogo ou algo assim. Cada trecho da história faz menção a uma das músicas do disco. Fazendo o trabalho de tradução, eu reparei que a história na verdade não estava em ordem. Tipo, não sei o porquê disso, mas não estava. Ou se estava de fato em ordem, ficou bem melhor depois que eu mudei a ordem de tudo xD Enfim, achei uma boa idéia reviver esse texto que ainda estava no computador e postar aqui no blog =D Mas antes, alguns comentários ao disco.


O Temple of Shadows é um album conceitual do Angra, lançado em 2004, mais ou menos a época em que eu comecei a escutar a banda. É o meu album preferido da banda justamente por ter faixas mais pesadas e por ter participações especiais fodas. Cassete, quando o Kai Hansen começa a cantar "Anger, throwing down the victins to the ground" em Temple of Hate, eu me arrepio todinho! E as guitarras do Kiko Loureiro e do Rafael Bittencourt estão mais animais do que nunca. E até o vocal do Edu tá mais agressivo, o que me lembra quando eu estava destruindo minha garganta cantando "Spread your fireeee!!!" esse domingo XD
As músicas que eu recomendo, em especial, porque todas do disco são fodas, são Temple of Hate, The Shadow Hunter e No Pain for the Dead.
Bom, para entender a história, é preciso fazer uma contextualização. As histórias de pessoas que o Caçador das Sombras, o nosso herói, encontra, são decorrentes de suas viagens em campanha. Ele era mais um soldado que foi lutar na Terra Santa em busca de salvação, mas acabou cometendo as mais terríveis barbáries. Talvez daí tenha vindo o título "Caçador das Sombras". Ele se encontra atormentado pelos preceitos cristãos de amor ao próximo, fraternidade e etc. que são completamente deixados de lado quando você está lutando uma guerra que não chega sequer a ser sua. Como a Igreja poderia pregar o amor se ela patrocinava toda a barbárie das Cruzadas? Esse dualismo entre anjos e demônios dentro da igreja e a verdade sobre Deus (qual religião, afinal, está certa?) são o tema central do album e são o que atormenta o Caçador das Sombras. Ao final, ele se torna um dos cavaleiros templários e passa a divulgar tudo que descobriu no Templo de Salomão, fundando a sua própria religião. Logicamente, ele acabaria perseguido pela igreja.
Também é bom dar uma conferida nas letras das músicas. As partes em negrito são justamente o nome das músicas que se referem aquela parte da história. Enjoy.





Templo das Sombras

            Esse registro descreve – em poucas palavras – a saga de um cavaleiro cruzador conhecido como O Caçador das Sombras, que se junta ao exército do Papa no recente século XI. Durante sua saga, sua mente é freqüentemente perturbada pelo antagonismo da Guerra Santa e afligida pelas visões que conflitam com sua devoção à Igreja. O começo do segundo milênio tem muito em comum com nossos tempos. O mundo estava rapidamente mudando. A soberania do Império Romano estava sucumbindo ao poder crescente dos Mulçumanos, Judeus, Cristãos e conquistadores pagãos. Como o domínio romano estava caindo à parte, guerras locais eram freqüentes e o domínio dos territórios mudava em quase toda década. Por diferentes razões, esses grupos que se levantavam queriam governar Jerusalém (então chamada Terra Santa pelas três principais nações religiosas e um centro comercial muito importante).
            As cidades na Europa e na Ásia Menor se tornaram muito povoadas; estava difícil de achar trabalho; e as pessoas ficaram desempregadas e inativas. Este cenário fez que fosse muito fácil para o Papa Urbano II erguer um exército de Cruzadores Europeus pra conquistar a terra onde Jesus foi uma vez crucificado. Perdidos e confusos – devido aos tempos turbulentos – eles foram facilmente conduzidos pelos ideais de salvação propostos pela Igreja. Porém, a massa de soldados ignorantes e fanáticos saiu de controle, na anarquia aplicada brutalmente e nos métodos sem misericórdia da devastação. O instinto de atavismo do recente povo cristianizado quebrou o ódio e o medo de viver naquele período. Depois de mil anos a religião de Cristo se tornou um paradoxo, matando e torturando homens para infligir os ideais de fraternidade. Foi absorvida, misturada e adaptada a cultura imperialística romana e aos interesses.

            …E da multidão um grito é ouvido, “Deus le volt!”.

            O Cruzador encontra um Rabino judeu; um velho oráculo cego com olhares assustadores que reconhece que o viajante foi escolhido por Deus para trazer luz aos olhos das pessoas que não conseguem ver. Ele entrega ao cruzador um livro de páginas em branco impacientemente gritando: “Espalhe seu Fogo! Queime os templos!”. A voz do oráculo ressoou em seus ouvidos lunática e sem sentindo por anos.

            Em uma taverna-bordel, uma Prostitua Cigana vê em seus olhos que ele é o escolhido e lê cartas para ele invés de lhe dar prazer carnal. “As palavras do velho não terão nenhum sentido até você encontrar a estrela matinal”, diz a prostituta. “Sua missão é importante, mas ela não está no exército”. O viajante está procurando desesperadamente pela redenção em sua mente e espírito, como um lobo vagante procura por comida. Ela o enche com dúvidas: dizendo que o amor vai arrastá-lo para fora de seu caminho.

            …Durante a conquista da Fortaleza de Xerigordon O Caçador das Sombras está ferido e tem que fugir para escapar das tropas de Kilij Arslan. Perdendo sangue, ele desfalece antes de chegar de volta a Constantinopla. Ele sonha sobre os pergaminhos perdidos escondidos nas ruínas do Templo de Salomão e dentro de cavernas perdidas perto do Mar Morto.

            Quando ele acorda, dois homens mulçumanos o estão carregando em um tipo de rede pendurado em um longo pedaço de madeira. Fraco e assustado ele não pode reagir. Bem sobre sua cabeça, enquanto o sol está alvorecendo, a Estrela Matinal brilha no uivo do novo dia. A estrela de seis pontas expõe uma cruz e o tridente juntos como um. Ele entende o primeiro sinal enquanto os lobos estão uivando. E naquele momento, a primeira profecia está cumprida. Ele descobrirá mais tarde, que os dois homens são irmãos. Eles decidiram carregá-lo pra casa deles desde que o encontraram caído com manchas de sangue na terra.
            …Na casa da família mulçumana, a adorável irmã deles, Laura, cuidará das feridas do cruzador.

            O Rabino louco continua aparecendo em seus sonhos. “Não faz diferença se você jogar suas moedas no Poço dos Desejos, ou guardar suas preces em uma maravilhosa igreja preenchida de ouro. Tudo que importa é a fé dentro de você! Se há um Deus, Ele não tem casa; Ele está em todo lugar!”

            O Homem se apaixona pela jovem senhora mulçumana, e se encontra divido entre o calor e o conforto de uma vida humilde e sua fome por sabedoria… Ele está escrevendo seus sonhos e revelações no livro vazio dado pelo oráculo judeu enquanto seus dois filhos estão crescendo. Quatro anos se passaram e sua felicidade parece ser um presente de Deus, tremulando profundamente em seu coração. Nenhum outro sentimento poderia ser maior que o de abraçar e proteger seus amados. Todavia, ele não está completo. Ele deve dividir seu conhecimento e revelações? As pessoas se importariam? E, como os grandes significados da vida estão revelando-se aos seus olhos, o Caçador das Sombras está atormentado por uma grande ansiedade… O exigir por gritar lembra os momentos anteriores ao ataque das tropas. Uma perturbada Espera Silenciosa, pairando segundos antes dos gritos desesperados.
           
            Julho de 1099, Jerusalém foi tomada pelo exército da Santa Igreja Romana; que cruelmente aniquilou todo simples habitante. A pobre esposa do homem e as duas crianças estavam entre os mortos; cruelmente assassinados pelos loucos Soldados Cristãos. "A população total da Cidade Santa foi subjugada à espada, tanto Judeus como Mulçumanos, 70.000 homens, mulheres e crianças pereceram no holocausto que raivou por três dias. Em lugares, homens caminhavam com dificuldade com sangue acima de seus tornozelos e cavaleiros foram chapinhados enquanto cavalgavam através das ruas. Chorando, esses conquistadores devotos foram descalços rezar na Sepultura Santa antes de se apressarem impacientemente de volta para a carnificina:” – Desmond Seward, Os Macacos da Guerra.
            O Reino de Jerusalém foi fundado sobre os fanáticos, intolerantes e ignorantes ideais do Templo do Ódio, contra a vontade daqueles que viveram na Terra Santa antes de sua invasão.
           
            Enquanto ele está sepultando sua esposa e suas crianças, o viúvo sabe que ele terá que carregar essa dor terrível pela vida toda. Todos os grandes momentos que eles tiveram juntos; envernizados uma vez e convertidos em tristes memórias apenas. É sempre melhor para aqueles que vão do que para aqueles que ficam. Enquanto ele olha fixamente para palidez de seu filho no caixão, ele percebe o quão sublime é estar livre dos inúteis sentimentos mortais. Assim, Não Haverá Dor para os Mortos.

            Em 1123, dois nobres homens da Europa e sete Cavaleiros Cruzadores foram nomeados para guardar as ruínas do Templo de Salomão e proteger os Cristãos que vieram visitar os lugares sagrados. Eles foram chamados Templários. Embaixo dos túneis dos restos do templo eles encontraram relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições secretas do Judaísmo e do antigo Egito, algumas das quais provavelmente remetiam aos dias de Moisés. Liberdade dos pensamentos intelectuais e a restauração de uma religião universal eram seus objetivos secretos. Aos olhos de Deus, toda manifestação de vida é a mesma. Não há um caminho especial preparado para nós. Um ser humano não é mais compensado que um ciclone carregando folhas caídas. Todos nós estamos sendo carregados pelos mesmos Ventos do Destino.

            O Caçador das Sombras começa uma nova religião, reunindo as pessoas em sua volta para espalhar a verdade por ele revelada. Palavras de paz e amor brotaram como sementes nos corações do sábio; mas caíram estéreis no solo rochoso dos corações dos cegos. “O futuro é uma conseqüência do que fazemos agora. O presente expõe os Brotos do Tempo”.
            Rumores vieram aos ouvidos dos cardeais e do Papa. “Um cavaleiro da ordem do templo ficou louco e está reivindicando ser o novo Jesus! Muitos dos camponeses das vilas parecem estar seguindo o homem”. …Por ameaçar a hegemonia católica, ele é perseguido, capturado, torturado, mantido na prisão, julgado e sentenciado à morte. Na frente dos cardeais, o culpado humildemente explica como Anjos e Demônios mascaram-se, aí ele pronuncia sua famosa Teoria da Luz, baseada no perdão de Satã, a ausência de Deus, o amor ateísta e o gnosis. “Nenhuma verdade absoluta pode existir em uma mente alerta, porque todo único pensamento é submetido a um julgamento individual e arbitrário”.

            Durante os últimos momentos da vida deste cruzador, ele ainda está se questionando: “Eu estava certo? Eu estava errado?” Memórias e pensamentos torcem sua mente. O prisioneiro está sendo visitado por anjos. Ou eles são demônios? Como o coração mais puro pode julgar o mal? O Anjo da Morte estica seus braços e oferece um confortável silêncio eterno. O Caçador das Sombras entrega seu corpo e sua alma, certo de sua Redenção Tardia.

Portão XIII
… A vida consome vidas para continuar vivendo. Termina para um, continua para todos. A cobra morde seu rabo. O ciclo recomeça…



Tudo que eu escrevi lá encima, antes da história traduzida, foi decorrente da minha própria interpretação da história, ou seja, não quer dizer que eu esteja certo. Aliás, eu não sei nem mesmo se essa versão 'reorganizada' está organizada corretamente, pois relendo o texto, eu percebi que a versão que eu passei para meu amigo estava com um parágrafo fora de lugar, então ajeitei aqui xD Mas como vocês bem sabem, o blog está sempre aberto para contribuições, críticas, xingamentos e etc. então fiquem a vontade. =D

Abraços!

sábado, 23 de julho de 2011

Hasta que el cuerpo aguante, cabrones!

¡¡¡CABROOOOOOONEEEEESS!!!!


Hola amigos! Hoje irei falar um pouco sobre minha banda de Folk Metal preferida, o Mägo de Oz, e sobre algumas coisas curiosas da minha vida envolvendo algumas músicas dessa banda. Pois bem, o Mägo de Oz é uma banda espanhola de Folk Metal (Folk Metal = Metal misturado com música folclórica, ou seja, guitarras pesadas junto com gaitas e violinos). Entre os vários temas das músicas, o que se destaca são as músicas sobre a sociedade medieval e a religião em contraste com os prazeres da carne. Quando se escuta Mägo de Oz, se imagina uma pacata vila medieval onde as pessoas trabalham na terra e os dois únicos programas disponíveis são igreja no domingo e assistir bruxas queimando. Quando de repente, chegam trovadores viajantes que começam a tocar músicas, beber e trazer alegria pro povo. E então, partem para a próxima cidade, geralmente deixando algum amor pra trás. Ou então são expulsos pelos padres que pretendem manter a moral e as leis divinas o.o
A "primeira ouvida" causa estranheza porque o Mägo de Oz canta em espanhol, diferente da maioria das bandas de metal, que geralmente cantam em inglês. Mas logo se percebe que a banda é foda. Conheci a banda quando me mostraram um vídeo deles cantando ao vivo Fiesta Pagana, uma das músicas mais iradas. Por sinal, esse vídeo tem algumas mensagens subliminares (além de ter um cara vestido em uma fantasia de "super-pênis" dançando no palco XD). Fiesta Pagana também foi a música que marcou a história que eu vou contar a seguir.


Fiesta Pagana - A Resistência






Essa é uma história que eu provavelmente irei contar pros meus filhos, sobre como eu e um pequeno bando de guerreiros renegados desafiamos todo o sistema moral-cristão ao qual tentaram nos submeter a força.
Era uma vez a Escola. E era um dia muito importante para a Escola, por que a Santa (aquela que apareceu) iria visitar a Escola e ia ter todo um evento lá pra recepcionar a Santa, envolvendo missa ou algo do tipo. "E quem não é católico? Vai ficar fazendo o quê?" Indagou a minoria que não estava nem aí pra Santa. "Vocês vão para uma sala assistir filme." Responderam alguns professores que também não estavam nem aí pra Santa. Beleza, eu fui lá assistir filme. E para minha surpresa, os "filmes" a que tinham se referido os professores se tratavam de DVD's de música gospel! E quem não era católico nem evangélico, ia pra onde? Na concepção dos professores da escola, se você não fosse católico, você automaticamente era evangélico. E onde ficam os ateus, agnósticos, ubandistas, zoroastras e etc? Ah, maldito país cristão! O negócio ficou pior quando os evangélicos mais fervorosos começaram ataques do tipo "Maria está morta! Todas essas pessoas lá fora vão para o inferno!" Aí que não dava mesmo pra ficar no meio daquele povo. Da minoria, um grupo menor ainda decidiu que não iria assistir aquilo e iria se retirar da sala. O problema foi que os professores não queriam deixar que a gente saísse, que a gente deveria assistir os DVD's, que aquilo era especial, que ninguém poderia ficar lá fora... PORRA NENHUMA MANO! O pequeno grupo dos renegados, que contava com Lendas como Samila Lages e Thales, desafiou a opressão e saiu da sala! Inclusive com uma investida heróica do Thales contra um professor de um metro e noventa, cujo o apelido era BOPE (e por sinal, ele trabalhava mesmo no BOPE O.O)
Pois bem, após escapar da sala, nós montamos nossa resistência no pé da escada. Nesse tempo vieram professores pedindo pra que a gente voltasse pra sala, dizendo que aquilo era coisa de Deus, nos convidando a conhecer e etc... Mais que porra! Deixa a gente lá fora caralho! Ao percebermos que éramos uma minoria sofrendo a opressão da grande massa cristã, de um lado os católicos, do outro os evangélicos, foi que começamos a nossa própria Festa Pagã, no cantinho dos renegados que não se submetiam ao credo da massa. Botamos pra tocar no celular "Fiesta Pagana" e começamos a dançar ao som desta música pagã em resposta a opressão religiosa. Faltou mesmo só a fogueira, mas a gente tava na escola né...
Em especial, a letra de Fiesta Pagana fazia muito jus a situação que a gente tava passando:




Cuando despiertes un día y sientas que no puedes más,
Que en el nombre del de arriba tu vida van a manejar,
Si sientes que el miedo se pega a tu piel por ser tu
guardián de justicia y querer,
Si te rindes hermano, por ti nunca pensarás


Cuando vayan a pedirte los diezmos a fin de mes,
Y la santa inquisición te invite a confesar,
Por eso amigo tu alza la voz, di que nunca pediste
opinión 
si es verdad que existe un dios que trabaje de sol a
sol


(Estribillo)
Ponte en pie, alza el puño y ven, a la fiesta pagana
en la
hoguera hay de beber, la misma condición es el pueblo
de un señor,
ellos tienen el credo y nosotros nuestro sudor


Si no hay pan para los tuyos, si no es muy gordo
alaba,  
Si su virgen viste de oro, explórala
como vagos se vencía el ángel que adoro al canario
si no hay cárcel ni tumba guarda el canto del armario
(Al estribillo)


¡Cabrones! Ahahahaahahahahahaha!


"Eles têm a crença e nós o nosso suor." (tradução aproximada XD) Como deu pra ver pela leitura da letra, trata-se de uma sociedade submisa à igreja, à rotina... A típica concepção de vida medieval. E a música instiga justamente a pessoa a se levantar contra o sistema, contra a cultura cristã e ir simplismente se divertir, bebendo e dançando ao redor da fogueira. Não que uma ou a outra forma de viver sejam melhores (dançar ao redor da fogueira é melhor sim), mas acho justo que se você está sendo oprimido e não aguenta mais a vida que lhe impõem, se libertar e ir curtir a vida, beber, dançar, correr, fazer qualquer merda...


Enfim, ficamos curtindo Mago de Oz e, por que não, outros rocks do demônio lá no canto dos renegados até a Santa ir embora e os evangélicos terminarem de mandar todos os católicos para o inferno enquanto cantavam alguma coisa do tipo "Queima ele Jesus, queima ele!"
E a resistência ficou registrada nos autos da história daquela escola como símbolo de luta pela liberdade religiosa... ou ninguém lembra disso, aliás acho que os professores que nos oprimiram nem trabalham mais naquela porra, afinal ninguém aguentava trabalhar muito tempo naquele colégio escroto.


Diabulus in Musica - Como transformar uma música em um livro


Se você, que está lendo o blog neste momento, costuma ler ele com frequência, você provavelmente é um dos poucos amigos que tenho hehehe e também deve saber que eu tenho uma amiga que se chama Samila e que ela lançou um livro chamado a Lenda de Fausto. Como eu já disse anteriormente, algumas das histórias da Samila foram inspiradas em músicas. E eis que um belo dia eu estou escutando Diabulus in Musica, uma das músicas mais bacanas do Mago de Oz, quando me deparo com o seguinte verso "... y mi sangre alimenta tu ser..." e aí eu lembrei que já tinha visto essa frase no livro da Samila. Escutando melhor a música, reparei que vários versos dela também são falas do Demônio Belial, personagem do romance. De fato, a música define perfeitamente o personagem e pra quem leu o livro e curtiu, seria uma boa escutar a música pra entender o pensamento da autora. Segue a letra:




Duermo en un acorde mágico
y despierto al oírlo tocar,
soy la esencia de la humanidad.


Represento la promiscuidad,
de las almas que enferman de paz
me presento, soy la libertad,
de tu cuerpo y no cobro con fé.


Y ahora dime cuánto vale tu alma,
y ahora pide dinero o placer,
sueñas con curar el cáncer,
el sida fue cosa de Yahvé.


Quiero estar junto a ti y alimentar tu boca,
Hay veces que el dolor duerme en una canción
Sé que moriré de amor decadente, lúgubres besos
Quémate en mí.


Príncipe de la dulce pena soy
y mi sangre alimenta tu ser,
la lujuria de mis alas roza tus pechos
y araña tu piel,
bebe, embriaga tus vicios,
decide, orgasmos o amor,
la única iglesia que ilumina es la que arde,
el nazareno duerme su cruz.


Quiero estar junto a tí y alimentar tu boca,
Hay veces que el dolor duerme en una canción
Sé que moriré de amor decadente, lúgubres besos
Quémate en mí.


Oh señor rey de la tristeza,
ángel del dulce dolor,
bebe la hiel de mi boca,
blasfema, ven y hazme el amor.


Quiero estar junto a ti y alimentar tu boca,
hay veces que el dolor duerme en una canción,
si tocas en mi honor, saldré de este infierno,
dame tu alma no quiero morir.


Eu que só li os cinco primeiros capítulos (mas prometo que ainda lerei todo o seu livro, samila =****), vi um monte de quotes dessa música no livro. Quem leu tudo, talvez encontre mais. Quem se interessou, clique aqui! Aliás, eu deveria ganhar uma comissão por fazer tanta propaganda desse livro viu... xDDD


Outras músicas iradas


Hasta que el cuerpo aguante

Puedes arrancarme el corazón del pecho
Y convertir en murmullo tenue mi voz
Reducir toda una vida sólo a un renglón


Puedes sobre mí­ dar opinión sesgada
Criticar mi oficio ¡que no es porvenir!
Que alimento la hoguera de la imaginación


Puede que la lluvia caiga sobre el cielo
Que el mar, confundido, vaya a un río a morir
Que en la noche cante el gallo a la mañana
Que con las ánimas se fue a divertir


Vivo con la pasión a flor de piel
Entre estrofas encontraras mi hogar
Ella espera a que regrese
Y mientras yo guardo sus besos y su voz
En mi corazón


Busco en el camino todas las respuestas
Y me he dado cuenta que están en mi
Comunicador de sueños quiero ser...


Músico soy, músico seré
Conductor de sensaciones a tu piel
Fabrico recuerdos que atas con nostalgia a mi canción


Jamás podré dejarla
Mi vida es una canción
Soy escultor del alma
Soy músico y amo en clave de sol


Hasta que aguante mi voz


Estamos locos de atar
Somos trovadores que en tu ciudad
Damos pinceladas de color
A tu gris realidad


Somos mitad caballeros
Mitad bohemios y embusteros
No somos lo que un padre quiere
Para su hijita bebe


Hasta que el cuerpo aguante
Hasta que quiera mi voz
Hasta que el cuerpo aguante
Seguiré viviendo tal como soy

Essa é uma música que reflete bem o espírito da banda. Trata-se de trovadores que vivem no melhor estilo Carpe Dien e que pretendem cantar e trazer alegria para as pessoas até o fim da vida. Sabe-se que uma vida de farra destrói o corpo, mas se você viveu intensamente, então valeu a pena, segundo a filosofia da música. Fala também sobre o amor à música. Eu mesmo sou uma pessoa muito dependente de música, pra tudo. Quando eu dirigia carro sem som, tinha que botar música do celular pra ficar ouvindo. Ir pegar ônibus sem o fone de ouvido então, era mais que uma tortura...

La costa del silencio




El mar escupía un lamento
tan tenue que nadie lo oyó.
Era un dolor de tan adentro
que toda la costa murió.


Llora lamentos la nube que enfermó
y escribe espantos en la arena el dolor.
Arrulla el miedo a un delfín que bebió
de un agua negra, su suerte emigró.


Ven, quiero oír tu voz,
y, si aún nos queda amor,
impidamos que esto muera.
Ven, pues en tu interior
está la solución,
de salvar lo bello que queda.


Donde se acomoda la usura
nacen la ambición y el poder,
y este germina en la tierra,
que agoniza por interés.


Y una gaviota cuentan que decidió
en acto suicida inmolarse en el sol.
Ríe desprecios un barco que encalló,
y se desangra en su lecho: LA MAR!


Hagamos una revolución,
que nuestro líder sea el sol,
y nuestro ejército
sean mariposas.


Por bandera otro amanecer
y por conquista comprender
que hay que cambiar
las espadas por rosas.


Mientras te quede aliento
ve a buscar con el viento
ayuda, pues apenas queda tiempo...

La costa del silencio passa uma mensagem de paz, na verdade dá impressão até de que é alguma coisa ambientalista de 'salve o planeta!' o.o mas eu não tenho muito que comentar a não ser que essa é a minha música preferida da banda, então, escutem! =]

Molinos de viento



[Que trata del diálogo que establecen Sancho y Don Quijote después de la famosa aventura de los molinos. Don Quijote confunde unos molinos con unos gigantes. Sancho le recrimina por su alucinación y Don Quijote le explica que él no ve con los ojos, sino con el corazón y la imaginación.]


Si acaso tu no ves
Mas allá de tu nariz
Y no oyes a una flor reír
Si no puedes hablar
Sin tener que oír tu voz
Utilizando el corazón


Amigo Sancho escúchame,
No todo tiene aquí un porqué
Un camino lo hacen los pies
Hay un mundo por descubrir
Y una vida que arrancar de arrancar
De brazos del guión final


A veces siento al despertar
Que el sueño es la realidad


Bebe, danza, sueña
Siente que el viento
Ha sido echo para ti
Vive, escucha y habla
Usando para ello el corazón
Siente que la lluvia
Besa tu cara
Cuando haces el amor
Grita con el alma
Grita tan alto
Que de tu vida, tu seas
Amigo el único actor


Sí acaso tu opinión
Cabe en un sí o un no
Y no sabes rectificar
Si puedes definir el odio o el amor
Amigo que desilusión


No todo es blanco,
O negro: es gris
Todo depende del matiz,
Busca y aprende a distinguir
La luna puede calentar
Y el sol tus noches acunar
Los arboles mueren de pie.


He visto un manantial llorar
Al ver sus aguas ir al mar

O texto que vem antes explica o contexto da música. O que cabe explicar aqui é que ela faz parte de um album conceitual chamado La leyenda de la mancha, que trata das histórias de Dom Quixote. Por sinal, nunca tive a oportunidade de ler o livro, então não posso fazer comentários mais aprofundados. A música é sobre como Dom Quixote enxergava o mundo. Ele via as coisas com a imaginação e com o coração, ou seja de uma forma poética e emocionante. Em suma, viajava mesmo!

El cantar de la luna oscura



Es el país de la luna oscura
Es la habitación deshabitada
Es la más bella criatura
Es la dama descorazonada.

Apuestos galanes la cortejan
Y aquellos que la han conseguido
Con el paso del tiempo la dejan
Y ella llorando, escoge el olvido.

De olvido vive y
De olvido muere
Como planta en jardín olvidado
Sabiendo que nadie la quiere
Sabiendo que nadie la ha amado.

Es la inocencia perdida
Es la degenerada
Y unas lágrimas perdidas
María vive desesperada.

De olvido vive y
De olvido muere
Como planta en jardín olvidado
Sabiendo que nadie la quiere
Sabiendo que nadie la ha amado

Essa é uma das músicas mais bonitas da banda, gosto dela em especial pelo refrão marcante. Pelo que eu entendi, trata de uma mulher muito bonita, que todos a desejam. Porém, ela não parece ser a melhor pessoa do mundo, segundo o verso "Es la dama descorazonada." então os homens que ficam com a largam depois. E aí ela fica toda triste e resolve morrer no esquecimento. É, não sou bom de interpretar letras de músicas hehe mas essa é linda, então adoro escutar ela :D

Essas foram minhas considerações a respeito dessa banda que eu adoro. Quem puder acrescentar algo aqui, eu agradeço.

Abraços!