sexta-feira, 21 de outubro de 2011

... Defenderei até a morte o seu direito de fazer piada - ainda que seja sem graça

"...eu comeria ela e o bebê"


Não é de hoje que as pessoas criticam e processam o Rafinha Bastos por causa das "piadas de mau gosto" dele. Não vou entrar no mérito da piada (se é engraçada ou não), mas sim falar um pouco sobre o tipo de humor do Rafinha Bastos, o que pra muitos é de mau-gosto ou ofensivo.
Eu sou um grande fã de humor-negro e posso passar horas vendo tirinhas na internet e piadinhas sobre negros, pobres, crianças com fome e etc.
Já do Rafinha eu não sou tão fã assim (até dei unfollow nele no twitter porque estava achando muito sem graça) porém eu me sinto obrigado a defender o tipo de humor que ele faz (como se fosse mudar algo no mundo).
As piadas feitas pelo Rafinha Bastos são um tipo de humor que já está a muito consagrado lá no Estados Unidos. A coisa é zoação total, pegam pesado mesmo e até as próprias "vítimas" do humor chegam a participar dos programas de humor de forma totalmente auto-depreciativa, mas, convenhamos, engraçada. O Rafinha a muito tenta implantar esse tipo de humor americano aqui, o que começou a dar certo com a atual cena de stand-up comedys que surgiu no Brasil. A muito tempo também que ele faz piadas "de mau gosto", inclusive na internet. A diferença é que agora, na TV, ele tem muito mais visibilidade. Assim a coisa acaba ganhando proporções muito maiores. E quem não "entende" a piada, ou melhor, o conteúdo humorístico do que foi dito, acaba fazendo um monte de críticas e transformando o humorista em um monstro, ainda mais em uma mídia sensacionalista filha da puta igual a nossa.
Claro que a Wanessa Camargo tem direito de ficar puta com o Rafinha. Puta brincadeira infeliz de mau gosto, concordo. Mas aí, processar em 100 mil reais? Caralho! O cara fez só UMA PIADA! A PORRA DE UMA PIADA! Muito ruim, MAS APENAS UMA PIADA! Sinceramente, na frase do Rafinha Bastos eu consegui vislumbrar somente uma brincadeira infeliz, tosca e de mau gosto, mas nada de dano à imagem, à honra, nada de difamação, calúnia, injúria, de depreciação a profissão dela, de chamar ela de feia, nada! Não chegou sequer a ferir a intimidade dela já que a gravidez dela é PÚBLICA! Só uma brincadeira de mau-gosto! Se ele tivesse dito "É uma puta escrota que vive engravidando e ainda canta mal" até dava pra entender!
Vamos olhar as coisas por outro ângulo. Eu e meus amigos somos péssimos. Péssimos mesmo. A gente vive falando mal um dos outros (pela frente mesmo) e depreciando uns aos outros. Eu vivo dizendo que o Cainã é judeu, o Rafael Taboga é um gordo escroto (agora ex-gordo né), que o Thales é preto e gordo (ex-gordo também, mas uma vez preto, sempre preto), que o Klinger é gay porque escuta Restart e etc. Assim como também a galera vive me zuando. E é claro que eu fico puto quando alguém diz "QUATRO E MEIA EU VOU LEVAR A MINHA MALETA" ou quando me chamam de Seu Donizildo. Mas depois a gente acaba levando numa boa, até por que estamos entre amigos.
Quando você é uma celebridade, sua exposição é muito maior, querendo ou não. Assim, pra tudo tem que ser dado as devidas proporções. O cara dizer em rede nacional que comeria a Wanessa Camargo é o mínimo que ela poderia esperar de um comediante já que ela é uma famosa gostosa (eu acho que é gostosa, ou pelo menos deveria ser gostosa, nunca mais vi a cara dessa mulher) com visbilidade nacional. Claro que é um comentário que pode soar ofensivo. Mas pera lá! O cara é comediante, o trabalho dele é contar aquela piada (a mesma que você conta quando está entre amigos) para o grande público, para todo mundo. Não que, por ser comediante, ele tenha liberdade pra falar qualquer merda. Mas esse tipo de brincadeira (ainda que de mau gosto, repito) já deveria ser previsível na vida de uma celebridade e deveria ser bem ponderada na hora de se utilizar dela para mover uma ação judicial. Sério, até que alguém me convença do contrário, eu não consigo ver tamanha gravidade nas palavras do Rafinha Bastos. Até que me convençam do contrário, eu vou continuar achando que estão confundindo mau gosto com ofensa.
Repudiar uma brincadeira dessas é negar a própria natureza do povo brasileiro, que é um povo MUITO ZOADOR, mas que vive escondido atrás de uma máscara de hipocrisia e falsa moralidade.
A única diferença entre o Rafinha Bastos, eu, você e os demais conteúdos humorísticos publicados diariamente na internet é a visibilidade que ele tem.


Agora, se a Wanessa Camargo não gostou da piada, ela tem todo direito de processar ele, afinal o acesso à justiça é garantia fundamental prevista na Constituição e blábláblá (e acho até que ela vai ganhar, do jeito que nossos juízes são malucos). Foda é o povo se doer pela seguinte frase dele:
"... Se eu também morasse em Macapá iria querer me matar"
Aí o povo macapaense começou a se doer por causa da afirmação acima. Ah mano, dá um tempo! Vocês nunca chamaram gaúcho de viado não? Nunca chamaram Bahiano de preguiçoso? Flamenguista de bandido? Nunca perguntaram pra alguém de manaus como é morar em uma aldeia? Nunca disseram que em Brasília só tem bandido? O brasileiro (inclusive o amapaense) faz piada com todo tipo de estereótipo. Aí quando é com a gente, não pode? "Ah, mas esses são comuns, já tão acostumados com as piadas." HIPOCRISIA DO CARALHO ¬¬ Convenhamos: 1) em um estado que não tem Banda Larga, fica isolado do resto do Brasil, o único acesso é pelo ar ou pela água, não vai pra frente, fora os demais problemas, a vontade que o sujeito tem mesmo é de se matar! 2) quem fica putinho com o Rafinha Bastos falar mal de Macapá é provavelmente um desocupado que não tem o que fazer (perdoem o pleonasmo), aí fica falando mal de humorista. Aliás, gente desocupada é o que mais tem nesse estado, motivo pelo qual ele não vai pra frente mesmo.


Enfim, essa cultura hipócrita e moralmente falsa do brasileiro só reforça aquilo que eu penso sobre o povo do meu país. É um povo mal educado e hipócrita. Tão mal educado, que, como eu vivo dizendo, a gente tem que ter lei pra tudo aqui. Agora estamos virando a porra do país do processo, nos moldes dos Estados Unidos. Só é uma pena nós não termos aqui um instituto tão poderoso quanto a primeira emenda, que os americanos têm. Liberdade de pensamento nos limites da lei? Isso não existe no Brasil. Não com o medo que temos aqui de fazer piada com as coisas. Aliás, já to até vendo as pessoas virem me crucificar por causa desse post. Mas foda-se, eu sou um fudido mesmo, não sou o Rafinha Bastos, ninguém vai querer me processar.
Por fim, se acabássemos com o véu da hipocrisia nesse país, começassemos a aceitar o humor como HUMOR MESMO, não como ofensa, este seria o caminho para a construção de uma sociedade mais crítica e inteligente. Sério, não há crítica melhor que aquela expressada através do humor. Até mesmo quando o objetivo do humor não seja fazer crítica, seja apenas falar merda mesmo. Se você não é capaz de reconhecer que a nossa cidade tem diversos problemas quando alguém diz que "iria querer se matar se morasse em Macapá" você é capaz de falar mal (o que é diferente de criticar) de um humorista mas é incapaz de fazer algo construtivo pela sua cidade.


Morte ao falso moralismo!


Por fim, resta só uma coisa a se dizer: se você não gosta do humor exagerado, escroto e de mau gosto do Rafinha Bastos, vai assistir Zorra Total então. Problema resolvido.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O caçador das sombras

Olá! Ainda tá todo mundo em "ritmo de Angra"? Pra quem não sabe, a uns dias atrás nós tivemos um show da banda brasileira de Power Metal (ou Heavy Metal Melódico ou então vá se foder quem tem mania de ficar rotulando bandas) Angra aqui em Macapá. Ok, é uma banda brasileira, mas com reconhecimento internacional, então nada mais impressionante que uma banda deste porte vim tocar na minha cidade escrota. Mas veio. E foi foda. E após o show eu lembrei de algo curioso: uma vez eu traduzi para um amigo a 'histórinha' que vem no album conceitual "Temple of Shadows" do Angra para um amigo meu, que iria apresentar um monólogo ou algo assim. Cada trecho da história faz menção a uma das músicas do disco. Fazendo o trabalho de tradução, eu reparei que a história na verdade não estava em ordem. Tipo, não sei o porquê disso, mas não estava. Ou se estava de fato em ordem, ficou bem melhor depois que eu mudei a ordem de tudo xD Enfim, achei uma boa idéia reviver esse texto que ainda estava no computador e postar aqui no blog =D Mas antes, alguns comentários ao disco.


O Temple of Shadows é um album conceitual do Angra, lançado em 2004, mais ou menos a época em que eu comecei a escutar a banda. É o meu album preferido da banda justamente por ter faixas mais pesadas e por ter participações especiais fodas. Cassete, quando o Kai Hansen começa a cantar "Anger, throwing down the victins to the ground" em Temple of Hate, eu me arrepio todinho! E as guitarras do Kiko Loureiro e do Rafael Bittencourt estão mais animais do que nunca. E até o vocal do Edu tá mais agressivo, o que me lembra quando eu estava destruindo minha garganta cantando "Spread your fireeee!!!" esse domingo XD
As músicas que eu recomendo, em especial, porque todas do disco são fodas, são Temple of Hate, The Shadow Hunter e No Pain for the Dead.
Bom, para entender a história, é preciso fazer uma contextualização. As histórias de pessoas que o Caçador das Sombras, o nosso herói, encontra, são decorrentes de suas viagens em campanha. Ele era mais um soldado que foi lutar na Terra Santa em busca de salvação, mas acabou cometendo as mais terríveis barbáries. Talvez daí tenha vindo o título "Caçador das Sombras". Ele se encontra atormentado pelos preceitos cristãos de amor ao próximo, fraternidade e etc. que são completamente deixados de lado quando você está lutando uma guerra que não chega sequer a ser sua. Como a Igreja poderia pregar o amor se ela patrocinava toda a barbárie das Cruzadas? Esse dualismo entre anjos e demônios dentro da igreja e a verdade sobre Deus (qual religião, afinal, está certa?) são o tema central do album e são o que atormenta o Caçador das Sombras. Ao final, ele se torna um dos cavaleiros templários e passa a divulgar tudo que descobriu no Templo de Salomão, fundando a sua própria religião. Logicamente, ele acabaria perseguido pela igreja.
Também é bom dar uma conferida nas letras das músicas. As partes em negrito são justamente o nome das músicas que se referem aquela parte da história. Enjoy.





Templo das Sombras

            Esse registro descreve – em poucas palavras – a saga de um cavaleiro cruzador conhecido como O Caçador das Sombras, que se junta ao exército do Papa no recente século XI. Durante sua saga, sua mente é freqüentemente perturbada pelo antagonismo da Guerra Santa e afligida pelas visões que conflitam com sua devoção à Igreja. O começo do segundo milênio tem muito em comum com nossos tempos. O mundo estava rapidamente mudando. A soberania do Império Romano estava sucumbindo ao poder crescente dos Mulçumanos, Judeus, Cristãos e conquistadores pagãos. Como o domínio romano estava caindo à parte, guerras locais eram freqüentes e o domínio dos territórios mudava em quase toda década. Por diferentes razões, esses grupos que se levantavam queriam governar Jerusalém (então chamada Terra Santa pelas três principais nações religiosas e um centro comercial muito importante).
            As cidades na Europa e na Ásia Menor se tornaram muito povoadas; estava difícil de achar trabalho; e as pessoas ficaram desempregadas e inativas. Este cenário fez que fosse muito fácil para o Papa Urbano II erguer um exército de Cruzadores Europeus pra conquistar a terra onde Jesus foi uma vez crucificado. Perdidos e confusos – devido aos tempos turbulentos – eles foram facilmente conduzidos pelos ideais de salvação propostos pela Igreja. Porém, a massa de soldados ignorantes e fanáticos saiu de controle, na anarquia aplicada brutalmente e nos métodos sem misericórdia da devastação. O instinto de atavismo do recente povo cristianizado quebrou o ódio e o medo de viver naquele período. Depois de mil anos a religião de Cristo se tornou um paradoxo, matando e torturando homens para infligir os ideais de fraternidade. Foi absorvida, misturada e adaptada a cultura imperialística romana e aos interesses.

            …E da multidão um grito é ouvido, “Deus le volt!”.

            O Cruzador encontra um Rabino judeu; um velho oráculo cego com olhares assustadores que reconhece que o viajante foi escolhido por Deus para trazer luz aos olhos das pessoas que não conseguem ver. Ele entrega ao cruzador um livro de páginas em branco impacientemente gritando: “Espalhe seu Fogo! Queime os templos!”. A voz do oráculo ressoou em seus ouvidos lunática e sem sentindo por anos.

            Em uma taverna-bordel, uma Prostitua Cigana vê em seus olhos que ele é o escolhido e lê cartas para ele invés de lhe dar prazer carnal. “As palavras do velho não terão nenhum sentido até você encontrar a estrela matinal”, diz a prostituta. “Sua missão é importante, mas ela não está no exército”. O viajante está procurando desesperadamente pela redenção em sua mente e espírito, como um lobo vagante procura por comida. Ela o enche com dúvidas: dizendo que o amor vai arrastá-lo para fora de seu caminho.

            …Durante a conquista da Fortaleza de Xerigordon O Caçador das Sombras está ferido e tem que fugir para escapar das tropas de Kilij Arslan. Perdendo sangue, ele desfalece antes de chegar de volta a Constantinopla. Ele sonha sobre os pergaminhos perdidos escondidos nas ruínas do Templo de Salomão e dentro de cavernas perdidas perto do Mar Morto.

            Quando ele acorda, dois homens mulçumanos o estão carregando em um tipo de rede pendurado em um longo pedaço de madeira. Fraco e assustado ele não pode reagir. Bem sobre sua cabeça, enquanto o sol está alvorecendo, a Estrela Matinal brilha no uivo do novo dia. A estrela de seis pontas expõe uma cruz e o tridente juntos como um. Ele entende o primeiro sinal enquanto os lobos estão uivando. E naquele momento, a primeira profecia está cumprida. Ele descobrirá mais tarde, que os dois homens são irmãos. Eles decidiram carregá-lo pra casa deles desde que o encontraram caído com manchas de sangue na terra.
            …Na casa da família mulçumana, a adorável irmã deles, Laura, cuidará das feridas do cruzador.

            O Rabino louco continua aparecendo em seus sonhos. “Não faz diferença se você jogar suas moedas no Poço dos Desejos, ou guardar suas preces em uma maravilhosa igreja preenchida de ouro. Tudo que importa é a fé dentro de você! Se há um Deus, Ele não tem casa; Ele está em todo lugar!”

            O Homem se apaixona pela jovem senhora mulçumana, e se encontra divido entre o calor e o conforto de uma vida humilde e sua fome por sabedoria… Ele está escrevendo seus sonhos e revelações no livro vazio dado pelo oráculo judeu enquanto seus dois filhos estão crescendo. Quatro anos se passaram e sua felicidade parece ser um presente de Deus, tremulando profundamente em seu coração. Nenhum outro sentimento poderia ser maior que o de abraçar e proteger seus amados. Todavia, ele não está completo. Ele deve dividir seu conhecimento e revelações? As pessoas se importariam? E, como os grandes significados da vida estão revelando-se aos seus olhos, o Caçador das Sombras está atormentado por uma grande ansiedade… O exigir por gritar lembra os momentos anteriores ao ataque das tropas. Uma perturbada Espera Silenciosa, pairando segundos antes dos gritos desesperados.
           
            Julho de 1099, Jerusalém foi tomada pelo exército da Santa Igreja Romana; que cruelmente aniquilou todo simples habitante. A pobre esposa do homem e as duas crianças estavam entre os mortos; cruelmente assassinados pelos loucos Soldados Cristãos. "A população total da Cidade Santa foi subjugada à espada, tanto Judeus como Mulçumanos, 70.000 homens, mulheres e crianças pereceram no holocausto que raivou por três dias. Em lugares, homens caminhavam com dificuldade com sangue acima de seus tornozelos e cavaleiros foram chapinhados enquanto cavalgavam através das ruas. Chorando, esses conquistadores devotos foram descalços rezar na Sepultura Santa antes de se apressarem impacientemente de volta para a carnificina:” – Desmond Seward, Os Macacos da Guerra.
            O Reino de Jerusalém foi fundado sobre os fanáticos, intolerantes e ignorantes ideais do Templo do Ódio, contra a vontade daqueles que viveram na Terra Santa antes de sua invasão.
           
            Enquanto ele está sepultando sua esposa e suas crianças, o viúvo sabe que ele terá que carregar essa dor terrível pela vida toda. Todos os grandes momentos que eles tiveram juntos; envernizados uma vez e convertidos em tristes memórias apenas. É sempre melhor para aqueles que vão do que para aqueles que ficam. Enquanto ele olha fixamente para palidez de seu filho no caixão, ele percebe o quão sublime é estar livre dos inúteis sentimentos mortais. Assim, Não Haverá Dor para os Mortos.

            Em 1123, dois nobres homens da Europa e sete Cavaleiros Cruzadores foram nomeados para guardar as ruínas do Templo de Salomão e proteger os Cristãos que vieram visitar os lugares sagrados. Eles foram chamados Templários. Embaixo dos túneis dos restos do templo eles encontraram relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições secretas do Judaísmo e do antigo Egito, algumas das quais provavelmente remetiam aos dias de Moisés. Liberdade dos pensamentos intelectuais e a restauração de uma religião universal eram seus objetivos secretos. Aos olhos de Deus, toda manifestação de vida é a mesma. Não há um caminho especial preparado para nós. Um ser humano não é mais compensado que um ciclone carregando folhas caídas. Todos nós estamos sendo carregados pelos mesmos Ventos do Destino.

            O Caçador das Sombras começa uma nova religião, reunindo as pessoas em sua volta para espalhar a verdade por ele revelada. Palavras de paz e amor brotaram como sementes nos corações do sábio; mas caíram estéreis no solo rochoso dos corações dos cegos. “O futuro é uma conseqüência do que fazemos agora. O presente expõe os Brotos do Tempo”.
            Rumores vieram aos ouvidos dos cardeais e do Papa. “Um cavaleiro da ordem do templo ficou louco e está reivindicando ser o novo Jesus! Muitos dos camponeses das vilas parecem estar seguindo o homem”. …Por ameaçar a hegemonia católica, ele é perseguido, capturado, torturado, mantido na prisão, julgado e sentenciado à morte. Na frente dos cardeais, o culpado humildemente explica como Anjos e Demônios mascaram-se, aí ele pronuncia sua famosa Teoria da Luz, baseada no perdão de Satã, a ausência de Deus, o amor ateísta e o gnosis. “Nenhuma verdade absoluta pode existir em uma mente alerta, porque todo único pensamento é submetido a um julgamento individual e arbitrário”.

            Durante os últimos momentos da vida deste cruzador, ele ainda está se questionando: “Eu estava certo? Eu estava errado?” Memórias e pensamentos torcem sua mente. O prisioneiro está sendo visitado por anjos. Ou eles são demônios? Como o coração mais puro pode julgar o mal? O Anjo da Morte estica seus braços e oferece um confortável silêncio eterno. O Caçador das Sombras entrega seu corpo e sua alma, certo de sua Redenção Tardia.

Portão XIII
… A vida consome vidas para continuar vivendo. Termina para um, continua para todos. A cobra morde seu rabo. O ciclo recomeça…



Tudo que eu escrevi lá encima, antes da história traduzida, foi decorrente da minha própria interpretação da história, ou seja, não quer dizer que eu esteja certo. Aliás, eu não sei nem mesmo se essa versão 'reorganizada' está organizada corretamente, pois relendo o texto, eu percebi que a versão que eu passei para meu amigo estava com um parágrafo fora de lugar, então ajeitei aqui xD Mas como vocês bem sabem, o blog está sempre aberto para contribuições, críticas, xingamentos e etc. então fiquem a vontade. =D

Abraços!

sábado, 23 de julho de 2011

Hasta que el cuerpo aguante, cabrones!

¡¡¡CABROOOOOOONEEEEESS!!!!


Hola amigos! Hoje irei falar um pouco sobre minha banda de Folk Metal preferida, o Mägo de Oz, e sobre algumas coisas curiosas da minha vida envolvendo algumas músicas dessa banda. Pois bem, o Mägo de Oz é uma banda espanhola de Folk Metal (Folk Metal = Metal misturado com música folclórica, ou seja, guitarras pesadas junto com gaitas e violinos). Entre os vários temas das músicas, o que se destaca são as músicas sobre a sociedade medieval e a religião em contraste com os prazeres da carne. Quando se escuta Mägo de Oz, se imagina uma pacata vila medieval onde as pessoas trabalham na terra e os dois únicos programas disponíveis são igreja no domingo e assistir bruxas queimando. Quando de repente, chegam trovadores viajantes que começam a tocar músicas, beber e trazer alegria pro povo. E então, partem para a próxima cidade, geralmente deixando algum amor pra trás. Ou então são expulsos pelos padres que pretendem manter a moral e as leis divinas o.o
A "primeira ouvida" causa estranheza porque o Mägo de Oz canta em espanhol, diferente da maioria das bandas de metal, que geralmente cantam em inglês. Mas logo se percebe que a banda é foda. Conheci a banda quando me mostraram um vídeo deles cantando ao vivo Fiesta Pagana, uma das músicas mais iradas. Por sinal, esse vídeo tem algumas mensagens subliminares (além de ter um cara vestido em uma fantasia de "super-pênis" dançando no palco XD). Fiesta Pagana também foi a música que marcou a história que eu vou contar a seguir.


Fiesta Pagana - A Resistência






Essa é uma história que eu provavelmente irei contar pros meus filhos, sobre como eu e um pequeno bando de guerreiros renegados desafiamos todo o sistema moral-cristão ao qual tentaram nos submeter a força.
Era uma vez a Escola. E era um dia muito importante para a Escola, por que a Santa (aquela que apareceu) iria visitar a Escola e ia ter todo um evento lá pra recepcionar a Santa, envolvendo missa ou algo do tipo. "E quem não é católico? Vai ficar fazendo o quê?" Indagou a minoria que não estava nem aí pra Santa. "Vocês vão para uma sala assistir filme." Responderam alguns professores que também não estavam nem aí pra Santa. Beleza, eu fui lá assistir filme. E para minha surpresa, os "filmes" a que tinham se referido os professores se tratavam de DVD's de música gospel! E quem não era católico nem evangélico, ia pra onde? Na concepção dos professores da escola, se você não fosse católico, você automaticamente era evangélico. E onde ficam os ateus, agnósticos, ubandistas, zoroastras e etc? Ah, maldito país cristão! O negócio ficou pior quando os evangélicos mais fervorosos começaram ataques do tipo "Maria está morta! Todas essas pessoas lá fora vão para o inferno!" Aí que não dava mesmo pra ficar no meio daquele povo. Da minoria, um grupo menor ainda decidiu que não iria assistir aquilo e iria se retirar da sala. O problema foi que os professores não queriam deixar que a gente saísse, que a gente deveria assistir os DVD's, que aquilo era especial, que ninguém poderia ficar lá fora... PORRA NENHUMA MANO! O pequeno grupo dos renegados, que contava com Lendas como Samila Lages e Thales, desafiou a opressão e saiu da sala! Inclusive com uma investida heróica do Thales contra um professor de um metro e noventa, cujo o apelido era BOPE (e por sinal, ele trabalhava mesmo no BOPE O.O)
Pois bem, após escapar da sala, nós montamos nossa resistência no pé da escada. Nesse tempo vieram professores pedindo pra que a gente voltasse pra sala, dizendo que aquilo era coisa de Deus, nos convidando a conhecer e etc... Mais que porra! Deixa a gente lá fora caralho! Ao percebermos que éramos uma minoria sofrendo a opressão da grande massa cristã, de um lado os católicos, do outro os evangélicos, foi que começamos a nossa própria Festa Pagã, no cantinho dos renegados que não se submetiam ao credo da massa. Botamos pra tocar no celular "Fiesta Pagana" e começamos a dançar ao som desta música pagã em resposta a opressão religiosa. Faltou mesmo só a fogueira, mas a gente tava na escola né...
Em especial, a letra de Fiesta Pagana fazia muito jus a situação que a gente tava passando:




Cuando despiertes un día y sientas que no puedes más,
Que en el nombre del de arriba tu vida van a manejar,
Si sientes que el miedo se pega a tu piel por ser tu
guardián de justicia y querer,
Si te rindes hermano, por ti nunca pensarás


Cuando vayan a pedirte los diezmos a fin de mes,
Y la santa inquisición te invite a confesar,
Por eso amigo tu alza la voz, di que nunca pediste
opinión 
si es verdad que existe un dios que trabaje de sol a
sol


(Estribillo)
Ponte en pie, alza el puño y ven, a la fiesta pagana
en la
hoguera hay de beber, la misma condición es el pueblo
de un señor,
ellos tienen el credo y nosotros nuestro sudor


Si no hay pan para los tuyos, si no es muy gordo
alaba,  
Si su virgen viste de oro, explórala
como vagos se vencía el ángel que adoro al canario
si no hay cárcel ni tumba guarda el canto del armario
(Al estribillo)


¡Cabrones! Ahahahaahahahahahaha!


"Eles têm a crença e nós o nosso suor." (tradução aproximada XD) Como deu pra ver pela leitura da letra, trata-se de uma sociedade submisa à igreja, à rotina... A típica concepção de vida medieval. E a música instiga justamente a pessoa a se levantar contra o sistema, contra a cultura cristã e ir simplismente se divertir, bebendo e dançando ao redor da fogueira. Não que uma ou a outra forma de viver sejam melhores (dançar ao redor da fogueira é melhor sim), mas acho justo que se você está sendo oprimido e não aguenta mais a vida que lhe impõem, se libertar e ir curtir a vida, beber, dançar, correr, fazer qualquer merda...


Enfim, ficamos curtindo Mago de Oz e, por que não, outros rocks do demônio lá no canto dos renegados até a Santa ir embora e os evangélicos terminarem de mandar todos os católicos para o inferno enquanto cantavam alguma coisa do tipo "Queima ele Jesus, queima ele!"
E a resistência ficou registrada nos autos da história daquela escola como símbolo de luta pela liberdade religiosa... ou ninguém lembra disso, aliás acho que os professores que nos oprimiram nem trabalham mais naquela porra, afinal ninguém aguentava trabalhar muito tempo naquele colégio escroto.


Diabulus in Musica - Como transformar uma música em um livro


Se você, que está lendo o blog neste momento, costuma ler ele com frequência, você provavelmente é um dos poucos amigos que tenho hehehe e também deve saber que eu tenho uma amiga que se chama Samila e que ela lançou um livro chamado a Lenda de Fausto. Como eu já disse anteriormente, algumas das histórias da Samila foram inspiradas em músicas. E eis que um belo dia eu estou escutando Diabulus in Musica, uma das músicas mais bacanas do Mago de Oz, quando me deparo com o seguinte verso "... y mi sangre alimenta tu ser..." e aí eu lembrei que já tinha visto essa frase no livro da Samila. Escutando melhor a música, reparei que vários versos dela também são falas do Demônio Belial, personagem do romance. De fato, a música define perfeitamente o personagem e pra quem leu o livro e curtiu, seria uma boa escutar a música pra entender o pensamento da autora. Segue a letra:




Duermo en un acorde mágico
y despierto al oírlo tocar,
soy la esencia de la humanidad.


Represento la promiscuidad,
de las almas que enferman de paz
me presento, soy la libertad,
de tu cuerpo y no cobro con fé.


Y ahora dime cuánto vale tu alma,
y ahora pide dinero o placer,
sueñas con curar el cáncer,
el sida fue cosa de Yahvé.


Quiero estar junto a ti y alimentar tu boca,
Hay veces que el dolor duerme en una canción
Sé que moriré de amor decadente, lúgubres besos
Quémate en mí.


Príncipe de la dulce pena soy
y mi sangre alimenta tu ser,
la lujuria de mis alas roza tus pechos
y araña tu piel,
bebe, embriaga tus vicios,
decide, orgasmos o amor,
la única iglesia que ilumina es la que arde,
el nazareno duerme su cruz.


Quiero estar junto a tí y alimentar tu boca,
Hay veces que el dolor duerme en una canción
Sé que moriré de amor decadente, lúgubres besos
Quémate en mí.


Oh señor rey de la tristeza,
ángel del dulce dolor,
bebe la hiel de mi boca,
blasfema, ven y hazme el amor.


Quiero estar junto a ti y alimentar tu boca,
hay veces que el dolor duerme en una canción,
si tocas en mi honor, saldré de este infierno,
dame tu alma no quiero morir.


Eu que só li os cinco primeiros capítulos (mas prometo que ainda lerei todo o seu livro, samila =****), vi um monte de quotes dessa música no livro. Quem leu tudo, talvez encontre mais. Quem se interessou, clique aqui! Aliás, eu deveria ganhar uma comissão por fazer tanta propaganda desse livro viu... xDDD


Outras músicas iradas


Hasta que el cuerpo aguante

Puedes arrancarme el corazón del pecho
Y convertir en murmullo tenue mi voz
Reducir toda una vida sólo a un renglón


Puedes sobre mí­ dar opinión sesgada
Criticar mi oficio ¡que no es porvenir!
Que alimento la hoguera de la imaginación


Puede que la lluvia caiga sobre el cielo
Que el mar, confundido, vaya a un río a morir
Que en la noche cante el gallo a la mañana
Que con las ánimas se fue a divertir


Vivo con la pasión a flor de piel
Entre estrofas encontraras mi hogar
Ella espera a que regrese
Y mientras yo guardo sus besos y su voz
En mi corazón


Busco en el camino todas las respuestas
Y me he dado cuenta que están en mi
Comunicador de sueños quiero ser...


Músico soy, músico seré
Conductor de sensaciones a tu piel
Fabrico recuerdos que atas con nostalgia a mi canción


Jamás podré dejarla
Mi vida es una canción
Soy escultor del alma
Soy músico y amo en clave de sol


Hasta que aguante mi voz


Estamos locos de atar
Somos trovadores que en tu ciudad
Damos pinceladas de color
A tu gris realidad


Somos mitad caballeros
Mitad bohemios y embusteros
No somos lo que un padre quiere
Para su hijita bebe


Hasta que el cuerpo aguante
Hasta que quiera mi voz
Hasta que el cuerpo aguante
Seguiré viviendo tal como soy

Essa é uma música que reflete bem o espírito da banda. Trata-se de trovadores que vivem no melhor estilo Carpe Dien e que pretendem cantar e trazer alegria para as pessoas até o fim da vida. Sabe-se que uma vida de farra destrói o corpo, mas se você viveu intensamente, então valeu a pena, segundo a filosofia da música. Fala também sobre o amor à música. Eu mesmo sou uma pessoa muito dependente de música, pra tudo. Quando eu dirigia carro sem som, tinha que botar música do celular pra ficar ouvindo. Ir pegar ônibus sem o fone de ouvido então, era mais que uma tortura...

La costa del silencio




El mar escupía un lamento
tan tenue que nadie lo oyó.
Era un dolor de tan adentro
que toda la costa murió.


Llora lamentos la nube que enfermó
y escribe espantos en la arena el dolor.
Arrulla el miedo a un delfín que bebió
de un agua negra, su suerte emigró.


Ven, quiero oír tu voz,
y, si aún nos queda amor,
impidamos que esto muera.
Ven, pues en tu interior
está la solución,
de salvar lo bello que queda.


Donde se acomoda la usura
nacen la ambición y el poder,
y este germina en la tierra,
que agoniza por interés.


Y una gaviota cuentan que decidió
en acto suicida inmolarse en el sol.
Ríe desprecios un barco que encalló,
y se desangra en su lecho: LA MAR!


Hagamos una revolución,
que nuestro líder sea el sol,
y nuestro ejército
sean mariposas.


Por bandera otro amanecer
y por conquista comprender
que hay que cambiar
las espadas por rosas.


Mientras te quede aliento
ve a buscar con el viento
ayuda, pues apenas queda tiempo...

La costa del silencio passa uma mensagem de paz, na verdade dá impressão até de que é alguma coisa ambientalista de 'salve o planeta!' o.o mas eu não tenho muito que comentar a não ser que essa é a minha música preferida da banda, então, escutem! =]

Molinos de viento



[Que trata del diálogo que establecen Sancho y Don Quijote después de la famosa aventura de los molinos. Don Quijote confunde unos molinos con unos gigantes. Sancho le recrimina por su alucinación y Don Quijote le explica que él no ve con los ojos, sino con el corazón y la imaginación.]


Si acaso tu no ves
Mas allá de tu nariz
Y no oyes a una flor reír
Si no puedes hablar
Sin tener que oír tu voz
Utilizando el corazón


Amigo Sancho escúchame,
No todo tiene aquí un porqué
Un camino lo hacen los pies
Hay un mundo por descubrir
Y una vida que arrancar de arrancar
De brazos del guión final


A veces siento al despertar
Que el sueño es la realidad


Bebe, danza, sueña
Siente que el viento
Ha sido echo para ti
Vive, escucha y habla
Usando para ello el corazón
Siente que la lluvia
Besa tu cara
Cuando haces el amor
Grita con el alma
Grita tan alto
Que de tu vida, tu seas
Amigo el único actor


Sí acaso tu opinión
Cabe en un sí o un no
Y no sabes rectificar
Si puedes definir el odio o el amor
Amigo que desilusión


No todo es blanco,
O negro: es gris
Todo depende del matiz,
Busca y aprende a distinguir
La luna puede calentar
Y el sol tus noches acunar
Los arboles mueren de pie.


He visto un manantial llorar
Al ver sus aguas ir al mar

O texto que vem antes explica o contexto da música. O que cabe explicar aqui é que ela faz parte de um album conceitual chamado La leyenda de la mancha, que trata das histórias de Dom Quixote. Por sinal, nunca tive a oportunidade de ler o livro, então não posso fazer comentários mais aprofundados. A música é sobre como Dom Quixote enxergava o mundo. Ele via as coisas com a imaginação e com o coração, ou seja de uma forma poética e emocionante. Em suma, viajava mesmo!

El cantar de la luna oscura



Es el país de la luna oscura
Es la habitación deshabitada
Es la más bella criatura
Es la dama descorazonada.

Apuestos galanes la cortejan
Y aquellos que la han conseguido
Con el paso del tiempo la dejan
Y ella llorando, escoge el olvido.

De olvido vive y
De olvido muere
Como planta en jardín olvidado
Sabiendo que nadie la quiere
Sabiendo que nadie la ha amado.

Es la inocencia perdida
Es la degenerada
Y unas lágrimas perdidas
María vive desesperada.

De olvido vive y
De olvido muere
Como planta en jardín olvidado
Sabiendo que nadie la quiere
Sabiendo que nadie la ha amado

Essa é uma das músicas mais bonitas da banda, gosto dela em especial pelo refrão marcante. Pelo que eu entendi, trata de uma mulher muito bonita, que todos a desejam. Porém, ela não parece ser a melhor pessoa do mundo, segundo o verso "Es la dama descorazonada." então os homens que ficam com a largam depois. E aí ela fica toda triste e resolve morrer no esquecimento. É, não sou bom de interpretar letras de músicas hehe mas essa é linda, então adoro escutar ela :D

Essas foram minhas considerações a respeito dessa banda que eu adoro. Quem puder acrescentar algo aqui, eu agradeço.

Abraços!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Gente Grande!

SPOILER u.u

Gente Grande é um filme de humor sem muito drama e extremamente divertido com Adam Sandler. Os personagens do filme foram grandes amigos durante a infância e acabaram se reunindo novamente para dar um último adeus ao treinador do time de basquete que eles formaram quando mais novos. De volta a cidade onde viveram a infância, os grandalhões (tirando o personagem baixinho do rob schneider hehe) acabam fazendo as coisas que gostavam de fazer durante a infância. Por mais que sejam casados, tenham filhos ou uma carreira bem sucedida, juntos eles resolvem fazer antigas brincadeiras da infância, por dois motivos: primeiro porque eles queriam realmente se divertir, e o segundo porque queriam mostrar pros filhos viciados em videogames violentos como foi a infância deles. É meio que quando o seu pai resolve te levar para o terreno pra correr atrás de galinha quando você queria estar em casa jogando Playstation.

Há duas grandes lições nesse filme. A primeira é de que você, mesmo sendo adulto, ainda pode se divertir com brincadeiras de criança. A segunda, é que aquilo que você fez na sua infância refletirá no seu futuro. No filme, existem uma espécie de vilões, que são adultos frustrados, pois na infância eles perderam um jogo de basquete para o time do Adam Sandler e seus amigos, o qual aparentemente o personagem de Adam Sandler cometeu uma falta que o juiz não viu e por isso ele conseguiu marcar o ponto da vitória. Frustrados, os caras passaram a vida toda querendo revanche daquela partida e querendo superar seus adversários. Bom, no filme eles têm a oportunidade. E agora, se você não quiser saber o final, pare de ler e pule o parágrafo =] No final a partida ocorre entre o Adam Sandler e o filho dele contra o maluco frustrado e o filho dele também. No final da partida, quando o Adam Sandler vai fazer o ponto da vitória, de uma posição em que ele nunca errou uma arremesso no basquete, ele acaba "errando" a jogada. O maluco frustrado fica todo feliz e o filho do Sandler fala pro pai "Tudo bem, na próxima a gente ganha". Ao final, perguntam para o personagem do Adam Sandler, "Por que você errou essa jogada que você nunca erra?" e ele responde "Porque o meu filho tem que aprender a perder." A diferença entre as duas equipes é que uma nunca soube perder, sempre teve aquela idéia de que "foram roubados" e isso influiu diretamente na personalidade deles quanto adultos.

Mas o motivo real de eu estar fazendo esse post, foi um episódio que aconteceu aqui em casa. Os pais viajaram, e aí vocês sabem, é hora de FESTA! Ok, mas no nosso caso não era festa American Pie, era só a reunião dos amigos para jogar uno, playstation e etc. Na verdade tinha uma garrafa de orloff rolando por aqui também mas enfim... x) Acontece que pro meio da noite, a gente não sabia mais o que fazer aí surgiu uma idéia bizarra: 5 cortes com micão, aquele pacote enorme de micos. O resultado da brincadeira já dá pra imaginar: eu todo sujo de farelo de micão, o chão da área sujo... Depois ocorreu a idéia de brincar de pegar no escuro gato-mia! E finalmente, a brincadeira mais troll de todas, cabra-cega. Basicamente, todo mundo virou um bando de moleque por aqui. E a gente se divertiu pra caramba. Não que sejamos pais de família bem sucedidos, mas já tá todo mundo na Faculdade, pensando no seu futuro e tudo o mais e de repente viramos um bando de criança feliz! Ou seja, pra certas coisas não se tem idade quando se tá reunido com os amigos. Além do mais, eu descobri que as brincadeiras, depois que a gente cresce, atingem um outro nível. Por exemplo, esses meus amigos metidos a lutadores de kung fu tentando utilizar suas técncicas de percepção do espaço quando eram a cabra-cega (não que tenham sido bem sucedidos nisso né hehe).

Eu só me pergunto se daqui a mais ou menos uns 5 anos, quando todo mundo já vai tá formado, atuando como advogado, médico, dentista e o escambal e com a vida financeira estável (ou quem sabe até mesmo vai tá todo mundo rico!) se a gente ainda vai fazer outra onda dessas. A resposta provavelmente é sim. A gente só é criança uma vez na vida mas não custa nada de vez enquando reviver essa parte tão importante de nossas vidas. =]

Abraços!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pride and Glorious

Postando rapidinho aqui só pra comemorar o dia da toalha e lembrar que também é dia do orgulho nerd!
É sempre bom lembrar a humanidade que nós já dominamos o mundo e subjugamos todas as outras raças >)
E, aproveitando a ocasião, irei mandar um SALVE  a todos os meus amigos nerds!

HAIL AND KILL! \,,/

E agradecer a todos que compartilharam tempo comigo conversando sobre qualquer besteira épica, gloriosa, curiosa, cultural ou pura e simples bullshit! Momentos que são infinitamente melhores do que as conversas fúteis que a gente escuta dos outros todo dia!
Afinal de contas eu já cheguei a conclusão de que só consigo me dar bem com gente igual ou pior que eu u.u

E espero manter essas amizadades pra sempre!

Vida longa e próspera a todos! \\//

domingo, 24 de abril de 2011

Política Galática

AVISO DE SPOILER: Star Wars - nova trilogia, se você se importar é claro. XD

Aos mais estudiosos e aos fãs de Star Wars: me corrijam no que eu estiver errado =]

A nova trilogia de Star Wars se propõe a contar a história de como o Cavaleiro Jedi Anakin Skywalker foi manipulado a ponto de trilhar o caminho do lado negro da força e se tornar um dos maiores vilões da história do cinema: Darth Vader.
Além daquele lance de Bem e Mal, a história também conta com um fundo político muito interessante. Tudo comina com o momento em que Anakin Skywalker, que já não tinha mais muita fé na República, nem mesmo no Conselho Jedi, encontra o Lord Sith prestes a ser executado pelo mestre Windu, Mestre Jedi interpretado por Samuel L. Jackson. Mas para nós entendermos porque esse momento foi o crucial para que Anakin abandonasse os valores Jedis e trilhasse o caminho do Lado Negro, vamos voltar um pouco na história da humanidade.

Antigamente, quem governava o Estado era o Rei, o Imperador, o Monarca, etc. Era uma única pessoa, cujo poder era hereditário, ou seja, passava de geração em geração da sua família. Como somente o Rei detinha o governo, ele comandava tudo. A sua palavra era a Lei, sua vontade era o destino do Estado e o seu julgamento era absoluto. "O Estado sou Eu" como diria Luiz XIV. Mas como não é legal todo o poder concentrado na mão de uma só pessoa (não é legal pro povo, é claro hehe), foram surgindo outras formas de governo. Esses sistemas de governo foram evoluindo até nós chegarmos nas versões atuais de República e Democracia, bem como na divisão clássica dos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Explica-se. Através da República, todo poder emana do povo, é dado pelo povo e pode ser retirado pelo povo. Na Democracia, o povo participa das decisões do Estado. No caso do Brasil e muitos outros países, a Democracia é exercida indiretamente, pelos representantes escolhidos pelo povo. Na divisão dos três poderes, não cabe mais a uma única pessoa criar as Leis e aplicá-las. Cada poder existe para controlar um ao outro, impedindo arbitrariedades e abuso de poder do outro poder. Cabe ao poder Legislativo, que é representado pelo órgão dos representantes do povo, a Câmara e o Senado por exemplo, criar leis, que devem ser aprovadas pela maioria. Cabe ao poder Executivo, o chefe do Estado, direcioná-lo para o rumo certo, de acordo com o que determinam as Leis. Por fim, cabe ao poder Judiciário, através dos juízes e tribunais, a resolução dos conflitos ocorridos dentro do território do Estado, tanto aqueles entre indivíduos em particular quanto os conflitos de ordem pública.

Dessa forma, o interesse do Estado não era mais o interesse do Rei, e sim, o interesse do povo. Mas, para que o Estado pudesse realizar suas atividades voltadas para o interesse público, não para o interesse pessoal daqueles que o controlam, sua atividade teve que ser completamente regulada por normas. Entre essas normas nós temos a Lei Maior, que é a que regula a atividade de todos os poderes do Estado, impendido que estes cometam excessos. Nascia, assim, a Constituição. Toda atividade do Estado, bem como toda Lei imposta por ele, não pode estar em conflito com essa Lei Maior. De igual forma, toda atividade do Estado não pode estar em conflito com as leis que regulam a determinada atividade. Em suma, pro Estado fazer qualquer coisa, este deve obedecer à Lei e ao procedimento previsto em Lei. Nascia, assim, a burocracia.

No universo de Star Wars, os valores de Democracia e República encontram-se consolidados no Senado Galático, órgão máximo da galáxia. Não há, no caso, um Chefe da Galáxia, somente o Senado, os representantes de cada sistema solar (ou planeta, sei lá), e é este Senado que governa a Galáxia. Acontece que a Galáxia está em crise. Em tempos de crise, a burocracia não ajuda pois ela é lenta. Não havia tempo para o Senado ficar discutindo por dias qual era a melhor decisão enquanto o caos tomava conta da galáxia. O próprio Senado estava em crise. A solução encontrada, então, foi ampliar os poderes de um único Senador, dando a ele mais controle sobre as decisões do Senado, por um tempo limitado, para que este pudesse agir mais rapidamente para contornar a crise. Escolheram então uma figura poderosa e influente, o Senador Palpatine. Anakin Skywalker viera de um planeta governado basicamente por bandidos, então passou a admirar a Democracia e a República assim que abandonou sua terra natal. Ainda assim, aprovava cada vez que o Senado aumentava os poderes do Senador Palpatine, uma vez que a burocracia somente atrapalhava na crise em que viviam. O Senado estava fraco, e aos poucos Anakin começou a perder a fé na Democracia e na República, ainda que lutasse para defendê-la. Além disso, confiava muito no Senador Palpatine. Já o Conselho Jedi estava com a pulga atrás da orelha com aquele homem ganhando cada vez mais poder no cenário político da Galáxia. O Conselho chegou a pensar em assumir o controle do Senado caso a guerra terminasse e o Senador Palpatine não estivesse disposto a abdicar de seus poderes. Nesse ponto da história, o jovem Skywalker já estava completamente confuso. De um lado, o Senador Palpatine lhe influenciava a não confiar no Conselho Jedi. De outro, o Conselho Jedi queria que Anakin os mantivesse informados de qualquer ação tomada por Palpatine! Aí a coisa ferrou de vez quando Anakin descobriu que o Senador Palpatine era o Lord Sith que estava trazendo toda a desgraça pra galáxia. Aí parece simples né, bem e mal, o bem tem que ganhar do mal, etc...


Anakin poderia ter acabado com tudo ali, mas achou melhor informar ao conselho Jedi. Contou a descoberta para o Mestre Windu que foi logo ao encontro do Lord Sith, mas não autorizou que Anakin fosse junto. Claro que Anakin, que já não gostava do Conselho, não gostou da proibição, e resolveu ir por conta própria até Palpatine para ver o que aconteceria. É aí então que chegamos na cena citada no início do post. Anakin encontra o Lord Sith prestes a ser executado pelo Mestre Windu. O Lord Sith implora por ajuda. Anakin diz que ele não pode ser morto, que ele deve ser julgado pelas leis. Com essa afirmação, Anakin Skywalker invocou todas as conquistas que fizemos ao longo do tempo, na história da sociedade humana e da formação do Estado. Mas o mestre Windu se recusou e disse que Palpatine precisava ser morto, pois ele era muito influente, ou seja, com certeza conseguiria manipular o julgamento a seu favor. Então, decidiu matá-lo. Mesmo assim, Anakin foi contra e atacou o Mestre Windu, o que resultou na morte do personagem do Samuel L. Jackson. Finalmente, ao invés de levar o Senador Palpatine para ser julgado por toda a crise que trouxe à galáxia, Anakin resolveu se juntar a ele no lado negro da força. WTF??? Acho que Anakin não precisava ser tão radical e poderia continuar com a sua idéia de levar Palpatine a julgamento, mas vai entender o que se passava na mente do pobre Skywalker diante de tudo aquilo né, fora sua sede por poder e a vontade de salvar Padmé da morte... u.u

O resultado da história: o Senador mais influente da Galáxia utilizou o atentado que sofrera para aumentar sua influência e prestígio, tendo quase todo o Senado a seus pés e declarando a formação do Império Galático. O Senado já estava tão fraco que não parecia uma má idéia dar todo o poder possível para um Imperador que parecia saber como botar a Galáxia no rumo certo. Foi assim que surgiu o Império. Também é uma demonstração do que acontece quando ignoramos todas as conquistas democráticas e achamos que o certo é concentrar todo o poder do Estado nas mãos de um único líder, o qual parece bom o bastante para governar, mas na verdade deixa-nos a mercê da sua arbitrariedade. A única coisa boa disso tudo, sem dúvida, foi que Anakin Skywalker, aquele cavaleiro Jedi sem graça, tornou-se Darth Vader!

Enfim, disso tudo dá pra entender a importância que nossos deputados, senadores, governadores, tribunais e a própria burocracia têm para o bom funcionamento do Estado. Quando a gente pensa que as instituições democráticas não funcionam, temos que pensar também que poderia ser pior. Poderia ser uma ditadura, sem liberdade e com leis que emanassem de uma única pessoa. Infelizmente, ainda há muita brecha para gente corrupta utilizar o Estado em interesse próprio, não no interesse público. Aqui no Brasil, nós temos o nosso próprio Senador Palpatine. Um homem que possui quase todo (no fim das contas, não podemos generalizar) o Senado na palma da sua mão. Assim como também possui influencia na Câmara, nos governos estaduais, no judiciário e até mesmo na Presidência da República. Provavelmente possui um vasto conhecimento do lado negro da força, já que está no poder até hoje e o desgraçado não morre! Mas há também uns poucos rebeldes que ainda lutam contra as forças do mal. Ao menos a nossa República, por pior que seja, não é o Império. Nós ainda temos o poder do voto, o poder de escolher quem a gente quer que governe. E por incrível que pareça, apesar de alguns resultados desastrosos na última eleição, também obtivemos resultados surpreendentes. O voto é o nosso sabre de luz na democracia.

Que a força esteja conosco!

 

domingo, 17 de abril de 2011

Vôo 666

Prólogo
Há muito tempo atrás o Iron Maiden anunciou 6 shows no Brasil. Uma das cidades contempladas foi Belém do Pará. Finalmente! Show de Heavy Metal aqui do outro lado do rio? Eu não perderia isso nunca! Porém, o problema começou logo com a data do show: 1ª de abril. Muita gente pensou que era sacanagem, mas tava lá no site oficial da banda! Algum tempo depois, começaram a vender os ingressos. Pois é...

Macapá – Quinta-Feira, 31/03/2011, 07:00
Nesse dia eu acordei mais ou menos 3 ou 4 horas antes do normal e tava foda pra voltar a dormir. A ansiedade tava matando. Não restava muito a fazer a não ser arrumar a mochila pra viajar 12 horas depois.

16:00
Eu estava todo feliz no meu trabalho, executando as pessoas, tomando casa, carro, etc... quando me ligam da PUMA AIR me informando que meu vôo foi cancelado. PUTA QUE PARIU! Eu fiquei doido, ainda mais porque o cara disse que ia tentar, repito, TENTAR, me bota em um vôo da GOL. Fiquei desesperado e fui logo vendo preço de passagem pra caso desse merda. Ainda bem que eu comprei a passagem para um dia antes. Já pensou se o cara me liga no dia do show avisando que os aviões estavam de manutenção até sábado?
Não me restava muito a fazer a não ser descontar minha fúria no contribuinte. Mais tarde liguei pra minha amiga Samila, que ia viajar no mesmo vôo que eu, pra saber se a PUMA também ligou pra ela. Foi aí que cheguei à conclusão que tudo aquilo era uma armadilha do destino por causa da maldição da lenda de fausto.
A MALDIÇÃO DA LENDA DE FAUSTO: se você leu meu último post, sabe que eu tenho uma amiga que se chama Samila e que ela recentemente lançou em livro uma nova versão de A Lenda de Fausto. Pois bem, uns dias depois ela me contou que existe uma maldião sobre esta história. Todos que escreveram a Lenda de Fausto morreram prematuramente, logo após concluir a obra. Todo mundo achava que a morte da Samila seria em um acidente de carro, mas com o cancelamento do vôo, eu pude concluir: o avião em manutenção deveria ter caído, logo a Samila morreria e me levaria junto! Mas o Deus Metal evitou que tal tragédia acontecesse. Ele sabia que eu definitivamente tinha que ir para esse show. \m/

18:30
Eu fui lá na PUMA obter alguma posição e o cara disse que eles ainda iam ser atendidos pelo pessoal da GOL. Mas ah caramba....

20:30
Sem muita esperança eu ligo na PUMA pra ter alguma posição e aí o cara me passa a hora do vôo e o localizador... AÊW!! O vôo saía às 2:45, mas com o medo de overbook por causa dessa cagada toda, parecia razoável chegar duas horas antes.

Sexta-Feira, 01/04/2011. 00:30
Eu ligo pro Rádio-Táxi e fico assistindo Jornal da Globo enquanto aguardo. Pra minha felicidade, estava passando uma matéria sobre o julgamento dos pilotos envolvidos no acidente do Boeing da GOL com o jato Legacy, onde morreram mais de 150 pessoas... meia hora depois, nada do táxi chegar. Eu comecei a ligar no Rádio-Táxi pra reclamar e a mulher dizia que já tava chegando. Tive que ir pra frente de casa e dei sorte do táxi ter passado na hora, pois o vizinho  da frente mudou o nome da porra do comércio dele e eu acabei dando a referência errada pro Rádio-Táxi. u.u Depois de ouvir histórias gloriosas do taxista sobre piseiros no curiaú, eu chego no aeroporto e faço o check-in. Na sala de embarque eu encontro a Samila e o Tiago, e tudo correu bem. Mais rápido que pegar ônibus em Macapá, nós estávamos em Belém.

Belém – Sexta-Feira, 01/04/2011, 04:00
A essa hora eu estava hospedado na casa do meu amigo Charles. Me deparei com o irmão dele estudando física. Espero que um dia ele se torne um grande físico nuclear, capaz de construir uma bomba atômica que vai destruir toda a humanidade em uma catástrofe nucelar. O.o

07:00
Eu to dormindo e o Charles me avisa que vai pra Universidade.

10:00
Charles chega da UFPA e eu ainda to dormindo.

13:00
Eu vou no Shopping Boulevard encontrar a Dayse e acabo pegando o ônibus errado. ¬¬ A essa altura do campeonato eu já tinha certeza que o Universo estava conspirando contra mim. u.u

15:30
Eu ainda estou no Shopping e a Samila me liga avisando que já estava chegando no local do Show. O.o Como meu ingresso era pro frontstage, resolvi que não precisava me preocupar com o horário.

18:00
Eu estava preocupado, pois era o horário de pico e por causa do show a tendência era do trânsito ficar mais caótico. A essa altura, a Dayse tinha ido pro estágio e eu já tinha encontrado a Hayra e a Drica, que também iam para o show.  Nós pegamos um táxi e fomos buscar o Charles. Fomos de Táxi para o show. O taxista disse que pegaria outro caminho para evitar o trânsito e até que deu certo! Não demorou muito, nós estávamos no Cidade Folia, diante daquela fila gigantesca. Disseram pra gente que aquela fila era única e que na frente iriam dividir as pessoas para a pista e para a área vip. Putz! O jeito era encarar a fila. Foi até divertido. Lembro do pessoal gritando “HEAVY METAL / UNIDO É MUITA GENTE JUNTA!” e “ALHO-ALHO-ALHO / O NOSSO FORTE É A RIMA!” Também foi o momento em que eu fiquei mais apreensivo pois eu achava que iria perder o ingresso ou iriam me roubar ou iria acontecer qualquer coisa... Mais tarde a gente descobriu que havia sim outra fila e fomos para lá. As meninas foram para o camarote e eu e o Charles para o frontstage. Era inacreditável o tanto que eu tava perto do palco. E o negócio lá era tão bom que só tinha Heineken pra vender! A primeira coisa que vi quando cheguei foi a Samila e o Tiago, na grade da pista dos póbre. Fui dizer “oi Samila” e ela me implorou uma água. Hehe! A banda de abertura, stress, fez uma apresentação muito foda. “Eu quero ouvir os desgracentos de Belém!!” hauahauaha!

DEPOIS DO SHOW DA STRESS
Eu já tava ansioso pra caralho pro show do Maiden, mas enquanto não começava, não restava muita coisa a fazer a não ser bater foto com os amigos estudantes de medicina malucos do Charles. E ficar vendo coisas engraçadas na platéia, como um cara que tinha uma caneca com a cara do Eddie. Outro maluco tinha MÁSCARA DO EDDIE! MUITO FODA! Na platéia o pessoal mostrava pras câmeras bandeiras do Pará. Não demorou muito, alguém levantou uma bandeira do Amapá! Eu tive que pirar quando vi isso no telão! Um roadie pegou um pano que ele tava usando pra limpar o palco e jogou na platéia pra galera pegar. Tinha um que tava com uma fita enorme na mão e a gente ficou pedindo pra ele jogar um pedaço da fita, mas não jogou. u.u Bem What The Fuck, mas beleza. De repente, as luzes do palco se apagam.

21:00
Acostumado com esses shows daqui de Macapá, eu realmente não esperava que o show fosse começar na hora marcada. Mas fui surpreendido pela pontualidade britânica. Às 21:00 do dia primeiro de abril de 2011, os metaleiros da região norte do país foram a loucura. As luzes do palco apagaram, as cortinas foram retiradas e as estrelas do cenário espacial no fundo do palco acenderam. Começou a tocar um playback de Satellite 15, criando um suspense filho da puta até a entrada da banda tocando The Final Frontier. Quem conhece a música deve imaginar como foi. Lembro do pessoal pirando quando na minha frente apareceu o Bruce Dickson! Depois eu vi todos no palco: Steve Harris, Dave Murrray, Adrian Smith e Janick Gers. Os mesmos caras que estão em um pôster colado há anos no meu guarda-roupa. O Nicko McBrain não dava pra ver porque ficava completamente escondido atrás da bateria!
Bom, o show foi foda demais. O maiden começou com The Final Frontier, logo em seguida El Dorado e depois 2 Minutes to Midnight. Em 2 Minutes to Midnight eu pensei que fosse morrer, mas aí deu pra tomar uma água, respirar um pouco e encarar o resto do show. Foi louco. Daí em diante não dá pra lembrar a ordem das músicas, mas teve tanto músicas novas muito fodas, como When The Wild Wind Blows, e Dance of Death (que eu realmente não esperaria que eles fossem tocar!/não cheguei a ver o setlist antes do show xD) como as clássicas Fear Of The Dark, The Number Of The Beast, Iron Maiden, Hallowed Be Thy Name, etc. Acho que o único problema do Iron Maiden é que é uma banda que possui tantos clássicos no repertório que é impossível tocar todos no show! E, além disso, mesmo os discos novos são muito fodas! Há quem discorde dessa última afirmação, mas eu acho todos os discos recentes muito bons, inclusive o The Final Frontier que ta incrível. Enfim, teve também as coisas clássicas de show do Iron Maiden: O Bruce Dickson gritou “Scream for me Belém!” antes de tocar Iron Maiden, o Eddie (versão E.T.) subiu no palco, O Janick Gers ficou girando a guitarra pela correia, o Bruce Dickson acrescentou um “fucking” na letra de The Number Of The Beast...

O RESTO DA VIAGEM
Depois do show, aconteceram as coisas típicas de viagem, a gente passeou, conheceu um bar foda, ficou bêbado... essas coisas legais. Não cancelaram meu vôo de volta. Mas a Samila ainda ia viajar comigo, botando minha vida em risco. Se bem que depois de ter assistido o show do Iron Maiden eu já poderia morrer feliz. Felizmente, isso não aconteceu. O vôo foi tranqüilo e nós voltamos jogando Uno no avião, eu, ela e o Tiago.
Eu retomei minha vidinha pacata de executar a galera que não paga os impostos. O Charles voltou a ser um sem vida social escroto estudante de Medicina. O irmão do Charles deve ter continuado maluco estudando física. A Samila voltou a escrever as loucuras dela e está viva até hoje.
Foi isso. Eu só espero ter outra oportunidade na vida pra ir para um show do Iron Maiden. Também ouvi dizer que ainda haverá shows muito bons em Belém esse ano. Quem topa? =]